sábado, 19 de março de 2016

A Anita no ballet

Em abono da verdade, somos levados a opinar e concluir que a especialidade dela, não eram os cozinhados. Logo a seguir à morte da avó do marido, ir a frio para a cozinha debaixo de tanta comoção, só podia dar grêlo lavado em lágrimas. A chama da dor era tamanha, que a Inspectora da polícia, só podia sofrer ao mínimo descuido, uma queimadela comprometedora, numa das mãos, e logo naquela que maneja qualquer botão, arma de fogo, e desliga o telemóvel, embora seja a mesma que dá à ignição e meta as velocidades e até contar a "massa" difícil de cozer e aceder. Uma cambada de especialistas da casa, que dela suspeitam, não devem perceber patavina de homicídios de velhas com graveto, mesmo que a vítima seja a avó do marido da ré e colega de oficio. E os juízes, que escolhidos a dedo para julgar casos tais, também devem ser daqueles que bem podiam estar no Brasil a julgar o Lula ou a tentar ilibá-lo. A nossa PJ, de cada vez que apresenta prova, esta é de imediato rejeitada por uns juízes-conselheiros, que acham tais provas insuficientes, inconsistentes, imprecisas, e querem ver o filme a rolar para trás, repetir tudo, para decidirem de acordo com as melhores intenções, das quais nós suspeitamos desde o início ao último tiro que a mesa do carregador da Glock consentia. A inspectora não era boa cozinheira, porque não fez faxinas na cantina da esquadra, e por isso se compreende que a queimadela que a mão apresentava, foi provocada na paz do domicílio, pelo estrugido a ferver ou a tentar segurar o cano de escape do carro em fuga. De salto em saltão, os juízes, parceiros-de-ocasião, não estão na posse de provas substanciais e suficientes, e por isso se preparam para ajudar a inspectora a enterrar mais fundo, a velha, que se recusava a dar o pilim ambicionado, e que não se deixava refogar. A cova já vai funda. Mas convém à classe corporativista cavar ainda mais, até que o corpo e o processo desapareça de uma vez, e deles se faça pó. Os meus conhecidos, deserdados e sem apoios, amizades, apadrinhados, sem advogados caros e influentes, estão todos na grelha por terem sido apanhados a desviar um sabonete marca"lava-jacto", para se lavarem, ou uma caixa de creme hidratante para acalmar uma ferida que sangra de pobreza. Outras feridas porém, nada disto precisam, porque há quem lhes passe a mão por cima, tudo acalme, e a cura acontece. Milagres da nossa Justiça, que tem muita "classe" e são uma família. Afinal, comem do mesmo Orçamento que o povo lhes garante. Esperemos que os juízes do STJ, saibam pelo menos contar os buracos todos, que o cadáver mostrava e que não esqueçam nenhum dos naturais. Os de nascença!


1 comentário:

  1. Caro amigo,
    Estou-me borrifando para a Saltão e, se quer que lhe diga, não menos para todos os juizes saltões da primeira à última instância. Mas este seu libelo é um supremo acórdão. Parabéns e um abraço.

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