terça-feira, 15 de março de 2016

Procurando pela Ética perdida!



É lamentável constatar como no nosso País os assuntos que se prendem com questões éticas tanto ao nível das relações pessoais, como ao nível dos altos representantes da nação, são sistematicamente secundarizados. Vejam bem: na “casa” da Democracia, a ética só tem direito a uma subcomissão! Numa altura em que deveríamos caminhar no sentido de uma maior transparência, apostando em comportamentos eticamente responsáveis, verificamos o oposto. Pois aqueles que têm responsabilidades no comando do país descredibilizam ainda mais a sua “classe”. Os desvarios políticos continuam, aumentam os delitos económicos e financeiros, a prática de tráfico de influências parece estar institucionalizada e o abuso de poder é encarado com normalidade… Por ora a confiança depositada nessa mesma “classe” anda pelas “ruas da amargura”. A prática política vive momentos sombrios. Mas ninguém parece muito preocupado com o assunto. Os que se insurgem contra essas práticas são apelidados de “radicais”… Aliás, este tipo de promiscuidades entre a classe política e os negócios é algo recorrente na nossa república. Como podem os “ilustres” deputados da nação defender em simultâneo os interesses públicos e privados? Muitos foram os que se insurgiram contra estas aberrações ao longo da História, numa luta inglória…

Segundo um inquérito da consultora Ernst & Young sobre “fraude e corrupção” em 38 países mundiais concluiu-se que somos o quinto país com maiores índices de corrupção, minando sobremaneira a credibilidade do nosso sistema político e social. Estamos cientes que o problema da corrupção em Portugal é um problema sistémico ou estrutural. Assim, entendemos que o caminho a trilhar é árduo, mas acreditamos que uma sociedade mais transparente, é seguramente uma sociedade mais justa e mais humana. Sem dúvida, que um passo em frente seria: ter dirigentes exemplares no acto das suas funções, com experiências de vida significativas… Mas a realidade é outra! Quando aqueles que deveriam servir a república se servem dela, estamos bem entregues!
                                                                                                                                                             Nuno Abreu

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