quarta-feira, 16 de março de 2016

Não falem, quando não têm nada para dizer

Continuam muitas pessoas “importantes” deste nosso país, e não só, a ter “sempre” de falar, mesmo que nada tenham para nos dizer, quando lhes colocam um microfone à frente da boca e uma câmara de televisão a filmá-los.

São as pessoas que vão na rua e têm sempre opinião sobre tudo e nada, e são as pessoas “mais importantes”, desde chefes de partidos políticos, ex-políticos, futuros políticos, até ministros, directores e por aí abaixo. Todos e cada um!

Talvez fosse chegado o tempo de só se “ter de” falar, quando algo de concreto e lúcido houver a transmitir; ou, por favor emudeçam, sem dizer banalidades que são alvo de chacota desnecessária, e essencialmente de descrédito de quem as profere.

Último caso, mas muitos mais houve e muitos mais haverá, foi o do senhor ministro da Economia a apelar ao “civismo” dos portugueses, para não irem abastecer os depósitos de combustível das suas — deles — viaturas a Espanha, mais económico do que cá, dado que cá foi necessário aumentar impostos indirectos para reduzir alguns directos — e isto foi escamoteado, sendo a verdade pura e dura. (...)

Sobre que o senhor ministro em questão nos tem de falar, e para dizer alguma coisa, é da economia real do nosso país e em que sector irá crescer, dado estar totalmente estagnada há um bom par de anos; e em que áreas será possível criar efectivamente emprego/trabalho.

Esta é a tarefa do ministro, e não apelos despropositados ao civismo.

Civismo necessitamos todos, e muito, de ter em comportamentos entre nós, no dia-a-dia, que nada têm que ver com economia, logo nada a ser abordado por este senhor ministro.



O que se lhes pede é contenção, cuidado no que dizem, sendo educados e evitando falar a despropósito, quando lhes apontam um microfone e uma câmara de filmar.

Falem unicamente quando tiverem alguma coisa a comunicar com sentido e conteúdo, dado que, não o fazendo, quando tiverem motivos para o fazer, não serão ouvidos, e será pena.

Falar menos, poupar mais, mostrarem-se só quando necessário, e fazer obra, é a vossa função. Só! Espectáculo e irrevogáveis já nos cansaram antes!
PÚBLICO EDIÇÃO PORTO TER 15 MAR 2016
Augusto Küttner de Magalhães, Porto

2 comentários:

  1. O cerne da questão é que a maioria dos comentadores encartados, só são contratados porque não têm nada para dizer. Se tivessem algo para dizer não seriam contratados, porque o que interessa é fomentar o compadrio, porque é uma seara que dá alimento a muita gente. É o país que temos e que, muitos de nós, ingénuos, acreditam que mude.Nós costumamos falar da separação do trigo do joio, porque o trigo é sempre em maior quantidade. Só que me parece que, neste momento, o joio está em maioria e o trigo tem dificuldade em marcar posição.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sem dúvida:

      Só que me parece que, neste momento, o joio está em maioria e o trigo tem dificuldade em marcar posição.

      Eliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.