quarta-feira, 31 de agosto de 2016

AS MAMAS DA REPÚBLICA

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, enalteceu as virtualidades das mamas desnudas, símbolo da república, em oposição ao burquini e à lei muçulmana. Afinal, não sou só eu a cantar a excelência e a volúpia de tais partes do corpo feminino. Afinal, não sou só eu a reclamar as mamas à mostra. Tantos anos criticado e agora tenho no primeiro-ministro francês um aliado. Não há dúvida de que os tempos correm a meu favor. Não há dúvida de que começo a reinar.

Já se dão livros para que se leia...

Há dois dias, uma notícia no Público deixou-me boquiaberta: "a Biblioteca de São Lázaro e a Junta de Freguesia de Arroios unem-se numa iniciativa que pretende distribuir gratuitamente 2500 livros pelas ruas". (Qual o critério de seleção das obras?- não percebi). Vemos, na foto que ilustra o artigo,  livros colocados em bancos de jardim. Mas podem igualmente ser «caçados» em cafés e quiosques. (Caçar livros?) .
"Ler e conhecer mais livros traduz-se em mais conhecimento. E as pessoas mais informadas são pessoas mais livres”- os organizadores desta iniciativa «leva-me contigo» querem que as pessoas tenham menos medo dos livros...os livros são levados e distribuídos na rua, porque as pessoas não vão às bibliotecas buscá-los...
Que pena, que desperdício...ter livros para se ler gratuitamente e não fazê-lo. É preciso levar a comida à boca de tanta gente... Fazer-lhes a papinha toda?
A Itália, por seu turno, procurando fomentar hábitos culturais,  vai  fazer aquilo que o presidente da Sociedade Portuguesa de Autores, José Jorge Letria, partilha hoje connosco: o Governo de Matteo Renzi vai oferecer 500 euros a cada jovem que complete 18 anos durante 2016. Cada um deles poderá dispor dessa quantia unicamente em gastos com museus, exposições, aquisição de livros , concertos e outros eventos culturais.
Cada um a seu jeito, Portugal e Itália como exemplos, procuram levar os jovens a consumirem mais cultura e a "tornarem-se cidadãos mais activos e críticos graça a esse consumo".
Depois , há um outro aspecto que o escritor e jornalista realça: no caso da Itália, ( claro), a Cultura recebe o mesmo valor que o combate ao terrorismo e à segurança!
Pergunto eu: qual será o combate / batalha mais fácil de travar, o fomento de hábitos culturais entre a população ou a luta anti- terrorismo?

MORREU A ACTRIZ ANNA PAULA. O TEATRO PORTUGUÊS FICA MAIS POBRE


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A actriz Anna Paula, de 87 anos, cuja carreira passou sobretudo pela televisão, em telenovelas como "Vila Faia" e em filmes como "O Costa d´África", morreu esta manhã na Casa do Artista, em Lisboa, indicou a instituição à agência Lusa. De acordo com a Casa do Artista, o corpo da actriz seguirá para a Basílica da Estrela, em Lisboa. Ana Paula, nome artístico de Maria Zulmira Pereira Lemos Zeiger, nasceu a 26 de maio de 1929, em Braga, foi actriz, professora de teatro e dramaturga. Com uma carreira premiada, iniciada nos anos 1940, teve participações na televisão, no cinema, na rádio, em dobragens e no teatro, tendo trabalhado, nomeadamente, na Companhia de Teatro Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, no Teatro Estúdio Lisboa, e no Teatro Experimental do Porto. A partir de 1981 integrou o elenco fixo do Teatro Experimental de Cascais e, nessa altura, entrou na série televisiva "Retalhos da vida de um médico". Foi professora de interpretação da Escola Superior de Teatro e Cinema, em Lisboa, e também participou nas telenovelas "Cinzas", "Na Paz dos Anjos", "Os Lobos", "Nunca Digas Adeus", "Baía das Mulheres", e "Ninguém como tu". No cinema, estreou-se em "Sol e Toiros" (1949), do realizador José Buchs, que relata a história de amor entre um toureiro e uma costureira que queria ser atriz de teatro. Neste filme participaram as fadistas Amália Rodrigues e Fernanda Baptista. Pelo seu trabalho, Anna Paula foi condecorada pela Câmara Municipal de Cascais, em 1994, e recebeu o prémio de "Melhor Actriz de Teatro Declamado", entregue em 1985 pela Associação dos Críticos.

Informação de última hora baseada através do Correio da Manhã, online, de 31 de Agosto de 2016

JORNALISTA, CIDADÃO DE PRIMEIRA?



Fiquei chocado, para dizer o menos, com a condenação do Estado Português por violação da liberdade de expressão, no caso em que um jornalista da revista Visão, opinou que o Primeiro Ministro Pedro Santana Lopes deveria consumir drogas duras. Esta actuação do jornalista havia sido objecto de condenação, com sentença transitada em julgado, após o Supremo Tribunal de Justiça Português ter condenado a revista a indemnizar o político insultado com o valor de € 30 000,00. Agora, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem considera normal o insulto proferido. Segundo este Tribunal, o jornalista apenas terá querido "...utilizar a ironia para contestar uma proposta política... (fim de citação). Ora de acordo com esta jurisprudência, na linha do chamado politicamente correcto, os jornalistas terão mais direitos do que os seus concidadãos, pois estes se insultarem alguém, não poderão com a mesma facilidade invocar "ironia". Mas eu tenho cá uma fé, que se este mesmo jornalista chamasse "maricas" ou "cigano" ou "preto", ao político, seria nesse caso condenado pelo TEDH, por alegadas homofobia ou xenofobia, estas sim, não poderiam ser "ironias". São sinais do nosso tempo, temos que aguentar e assobiar para o lado. 

A 31 DE AGOSTO DE 1867 - MORRE CHARLES-PIERRE BAUDELAIRE

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A 31 de Agosto de 1867, morre, em Paris, França, Charles-Pierre Baudelaire, foi um poeta boémio ou dandy ou flâneur e teórico da arte francesa. É considerado um dos percursores do simbolismo e reconhecimento internacionalmente como o fundador da tradição. Entre a sua produção textual, salientamos Les fleus du mal (1857) e Le Peintre de la Vie Moderne (1863).
Nasceu a 9 de Abril de 1821, em Paris, França.


terça-feira, 30 de agosto de 2016

Rangel e as tácticas


Paulo Rangel, cuja prosa, formalmente, aprecio, desilude-me quase sempre com a substância dos textos que produz. Na sua mais recente crónica semanal do Público (23/8), desunha-se a invectivar o actual governo por nada de estratégico fazer pelo País, acusando-o de se limitar a reversões tácticas. Aceita-se que os resultados da actividade governativa cheiram a pouco, mas não se pode apodá-la de destruidora. Que reprovação há sobre quem desfaz, se o alvo é o erro e o mal? No seu panegírico à estratégia (qual, a do empobrecimento ad aeternum?), Rangel repudia as tácticas, contrárias aos “amanhãs que cantam” (mas só para alguns). Claro que é preciso visão estratégica, a tal que nunca favoreceu o governo anterior, ávido como estava de ir ao pote dos ovos de ouro, sem cuidar que matava a galinha-classe média. E Rangel não esclareceu se os portugueses menos favorecidos estão melhor ou pior do que no decurso do governo PSD/CDS, comprazeu-se em anunciar a catástrofe no longo-prazo. Talvez prefira a santíssima austeridade que nos mate já no curto-prazo.

A TERRA DOS MANUÉIS E AS UNIVERSIDADES DE VERÃO, NOVELA APAIXONADA





Episódio 1

“Caro Manuel é um gosto recebê-lo. Em nome de todos dou-lhe as boas-vindas, esta é a sua casa.”
“Caro Manuel o prazer é meu.”
“O bom senso trouxe-o para junto de nós, verá que a nossa verdade, que é inabalável, é a que melhor lhe convém.”
“Sem dúvida Manuel anseio conhecer-vos melhor, estar ao nível das vossas expectativas, contribuir com o meu empenho para o nosso sucesso.”
“Em nome dos nossos correligionários agradeço Manuel, isto é uma irmandade e estamos aqui para as vitórias e as derrotas, que praticamente não as temos.”
“É uma lisonja pertencer a este colectivo, que nos orgulha a todos.”
“Na sessão desta noite faremos a sua apresentação, nada de muito formal.”
“Entretanto pode passar pela secretaria, o Manuel secretário completa a sua inscrição. O seu contributo, Manuel, é fundamental. Só sobrevivemos das quotizações de alguns beneméritos de grande generosidade e dos votos nas urnas.”
“Darei o meu melhor, sinto-me honrado por pertencer ao grupo dos manuéis e já agora, se me é permitido, digo que é uma boa política, justa, o Estado subvencionar os votos.”
“Sem dúvida Manuel vejo que estamos em sintonia, as suas ideias vão ser de grande utilidade. O voto é a fonte dos nossos proveitos: quantos mais, mais recebemos e por sua vez melhores campanhas podemos fazer para animar as pessoas a votarem em nós – é isso a democracia.”
“Confrade Manuel posso tratá-lo assim? No que puder contem comigo para passar a palavra. É certo que não somos deuses, mas na terra é como se o fossemos, e assim temos a missão que é como um desígnio superior de encaminhar as pessoas no caminho certo, para o seu bem e o da cidade.”
“Ficamos muito contentes com as suas sábias palavras. Todos os manuéis devem ser nossos. São poucos os que ainda não se inscreveram, por preguiça, mas temos os seus contactos e em breve estarão connosco.”
“Folgo em saber que estou no sítio certo.”
“Graças a si Manuel, e aos que se juntaram a esta nobre causa, podemos dizer que a nossa sociedade entrou definitivamente na fase de maturidade democrática.”
“Sim, o povo é sábio, sabe bem o que melhor lhe interessa, e é com os manuéis, que os manuéis estão bem.”
“Temos Manuel! Esse slogan é bom!”
“Nesta fase inicial, até que nos conheçamos melhor não diga muito, vá ouvindo. É a ouvir que se aprende. E se aprender bem, tem um futuro de oportunidades pela frente.”
“Sou todo ouvidos, não estou aqui para outra coisa!”
“Trate então da sua inscrição que a nossa secretaria fecha impreterivelmente às seis horas em ponto.”
“E logo cá o esperamos pelas 21h00, não se pede que venha a rigor, mas alguma contenção na fatiota, que isto não é nenhum regabofe.”
“A sessão vai ser orientada pelo nosso Secretário-Geral, o Senhor Doutor Manuel, que vai falar de um tema muito importante: A comunicação social e a sociedade.
“A nossa agremiação tem ideias límpidas, como água, sobre este assunto, e felizmente que os nossos confrades as entendem e interiorizam convenientemente, mas nunca é de mais relembrar a delicadeza deste tema. Uma comunicação sem uma supervisão atenta é uma bomba relógio, pronta a explodir a qualquer momento. Pode causar estragos irreparáveis na nossa pacífica sociedade e isso não queremos, porque somos cuidadores.”
“O que as pessoas precisam não é saber dos andamentos do mundo, elas querem é uma história bem contada. Até mais logo Manuel.”
À hora marcada Manuel entrou no grande salão, com um fato cinzento que não compromete e uma gravata da mesma cor monótona. Um lenço com flores de tons quentes a despontar da lapela do casaco, assinalava um pequeno apontamento de irreverência.
A sala estava à cunha de manuéis, animados na repetição dos cânticos e dos slogans do partido, ao mesmo tempo que esvoaçavam as bandeirolas com a sigla do grupo, um grande M, a preto num fundo azul água.
“Esses lugares estão reservados.”
“Convidados?”
“Não, é para os candidatos a sucessores do líder.”
Sentou-se bastante mais atrás entretendo-se entrementes com a dinâmica da sala.
Se os decibéis diminuíam, no palco, um jovem assertivo, mantinha em alta os níveis de excitação do instante.
Manuel reconheceu vizinhos, colegas de trabalho, clientes do café que frequentava, varrendo com o olhar o auditório, absorvendo toda aquela novidade, o seu encontro no partido, a sua iniciação para um mundo novo, que era obrigatório pertencer, cheio de expectativas e ilusões.
Do nada, a gritaria agora disforme, atingiu limites obscenos, com os manuéis histéricos a aplaudirem o mestre que entrava em apoteose acenando com uma mão convencida e uma cara séria para os apaniguados.
Tomou lugar no púlpito, rodou ligeiramente um copo com água meio cheio, deu indeléveis pancadas com o dedo indicador no microfone e disse:
“Estimados concidadãos, a liberdade de expressão é um caminho perigoso. Perdem-se mais amigos do que se ganha simpatia. Se um individuo se descontrola a dizer tudo o que lhe apetece dizer, por impulso, arrisca-se a causar muitos danos a todos os que o rodeiam, a ofender gratuitamente, a derramar ignomínia como ácido corrosivo. Um comportamento assim causa desarmonia na vida social. É a ofensa, a punhalada, a jactância, o vernáculo a cheirar a enxofre. Nós não podemos tolerar essa expressão doentia de uns poucos, e por isso fizemos regras e fazemos por que se façam cumprir. Os meios de comunicação, os jornais, as rádios, as televisões devem ser rigorosos e seguir o manual das boas práticas, porque apesar da nossa cuidadosa supervisão há sempre uma notícia que passa desconforme e que se não for travada a tempo pode geral a maior das confusões.”
“O povo sabe que estamos aqui para transformar a sua vida num passeio de belos prazeres. Mas para que isso seja assim, tem que depositar toda a sua confiança em nós para podermos realizarmos o trabalho de bastidores, que vai abrir caminho para que num futuro próximo ele possa gozar essa vida despreocupada e farta.”
“A liberdade, é boa a conta-gotas. Se for a mais causa anarquia, e esta põe nos a todos muito nervosos, porque é um veneno para a sociedade.”
“A bem da nação, a comunicação social só deve passar as notícias boas, as más cá estamos para as purgar.”
“É por concordarem, concordarmos, nas acções do governo, sem discussão nem bota-abaixo, que podemos trabalhar folgadamente, na construção de um mundo melhor, que é o que já estamos a viver.”
A casa a dar sinais de vir abaixo, uma ovação estrondosa, pessoas a abraçarem-se emotivamente, desfalecimentos de emoção, ou do calor que era elevado.
O homem tem o dom da palavra, é um hipnotizador, e sabe disso.
“Reflictam bem nas minhas palavras e compreendam que não há necessidade de criticar, nem de dar opiniões que confundam as mentes mais fracas. O mundo não precisa de opiniões, precisa de dogmas feitos por homens que saibam guiar.”
“Os tempos em que os jornais ocupavam espaço com as cartas dos leitores e outras rubricas envelhecidas terminaram. Esses jornais não sobreviveram aos tempos modernos. O Presente pede e exige uma escrita descomprometida, feita por gente jovem, sem preconceitos e ideias bafientas, que saiba veicular correctamente as mensagens, que siga a norma e os cânones instituídos.”
“As pessoas se quiserem dar uma opinião – e já o disse – que nos enviem através das redes, e deixem os jornais para quem sabem, e para o que servem: transmitir os acontecimentos sem emoção, mas com informação. E se a noticia não for fácil de dar, mais uma vez, cá estamos nós para compor o texto, torná-lo claro e entendível a todos.”
Agora é que a casa se abate.
“O Manuel é o maior, o Manuel é o melhor”, grita-se em climax.

O Manuel, eu, sinto-me preenchido, feliz. Inscrevi-me a tempo e não estou nada arrependido, na universidade de verão. Nos próximos dias temas sensíveis vão ser abordados por manuéis influentes, homens e poucas mulheres, de carreiras sólidas na política e no empreendedorismo. São eles os melhores exemplos que dispomos de abnegação pela causa pública. Por isso estou  curioso pelas prelecções dos próximos dias, de que vos darei conta.

Criação divina?

Há lutas fraternais, destruição
Ânsia de poder, cobiça desmedida!...
Num mundo aonde impera a ambição
Daqueles que desprezam nossa vida!...

Há fome, há miséria, há confusão
Num caos onde a justiça é preterida!
Milhões de seres famintos pedem pão
Vivendo ao abandono, sem guarida!...

O Mandamento diz: - Não matarás!
O homem esquece e mata sem cessar
Vivendo sob a graça do Senhor!...

Nestes actos só serve a Satanás!...
Porque servir a Deus é semear;
Não morte, não desgraça, mas Amor!...


                                                          Joaquim Carreira Tapadinhas  -  Montijo

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Um Estado da Nação para todos em plena cidadania

Os sectores público e privado têm sido um autêntico pomo de discórdia, mas é o público que fica sempre a perder.
Que o digam as ppp – parcerias público-privadas – que têm sido um maná para o privado e um incontrolado saque para o público.
O Estado fica sempre com os prejuízos e os privados retiram todos os proventos.
E, assim, chegamos a este delapidar constante das nossas pobres poupanças, enquanto uns tantos vivem no paraíso.
Um Estado para todos tem de ter somente na sua esfera pública e de acção, os seguintes:
1 – o Banco Central de Portugal, englobando o Banco de Portugal e a Caixa Geral de Depósitos, com a parte comercial e o regulação do sector; 2 – o SNS; 3 – a SS; 4 – a Escola Pública; 5 - a Justiça; 6 – as Finanças; 7 – as Forças Armadas; 8 – as Forças Policiais.
O restante pode ser entregue, como tem sido nos últimos tempos, aos privados, uma vez que o Estado não deve gerir negócios, mas apenas controlá-los.
Nesse sentido, a luta política para se entregar uns tantos cobiçados poleiros a uns tantos amigalhaços vai-se esbatendo.
E a partir deste pequeno contributo – que pode ser melhorado – só espero que bacharéis, doutores, mestrados e outros letrados saibam e queiram pôr os interesses da Nação acima de qualquer poltrão, dos muitos que enxameiam as elites de parasitas que nos sugam cada vez mais a cada dia que passa.
Todavia, alguns desses escroques estão ainda no gozo de férias, pagas por muitos de nós que as não gozam, e não lêem o que acabo de escarrapachar à luz do dia.

José Amaral


1955 - OS TURISTAS FRANCESES ESTÃO ESTE ANO A DESCOBRIR PORTUGAL

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O Diário de Lisboa de 29 de Agosto de 1955 destaca, na primeira página, o facto dos turistas franceses estarem a descobrir Portugal. Salienta uma “infinidade de pequenos pormenores” que conduziram a este efeito, nomeadamente adaptação para a língua francesa de conhecidas músicas portuguesas“ nem sempre com grande respeito pela letra original”, como, por exemplo. “Abril em Portugal”, “As lavandeiras de Portugal” e “Uma casa portuguesa” e ainda o filme francês de Henri Vernueil, Les amants du Tage (Os Amantes do Tejo), com Amália Rodrigues como protagonista.

domingo, 28 de agosto de 2016

O espaço da ‘Festa do Avante! ‘

O espaço da ‘Festa do Avante! ‘ aumentou graças às contribuições de militantes e amigos e não de favores do Estado ou de grupos económico-financeiros, assim enalteceu o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa.
E sem querer defender a ‘minha dama’, que não é minha, mas que poderia muito bem ser, é de louvar o estoicismo partidário de um partido que muitos ‘democráticos’ apelidam de antidemocrático.
É que antidemocráticos ou ‘democráticos’ têm sido os continuados roubos na Banca, as corrupções ao mais alto nível, as ladroeiras parcerias, e outras tais que têm levado o país à bancarrota, dando ares de alto nível vivencial, quando deveríamos, devido a tanta malandragem, viver como uns mendigos, pedindo esmola nas esquinas de uma qualquer rua.


José Amaral

Paga-se para ter filhos e é grátis para os matar?

Acabei de ler em gordas letras que ‘solteiras poderão ter de pagar inseminação artificial’ no SNS.
E o aborto não paga?
Será que a nossa natalidade é ultra superior em relação aos nascimentos em outras paragens do globo?
Num país tão humanista, que deu ‘novos mundos ao mundo’, que tem leis ´sábias’, elaboradas por mentes superiores, será natural e humanamente admissível que se pague para nascer e seja grátis para matar?


José Amaral

Como se acabar de vez com os incêndios

Em primeiro lugar todos os poderes do país têm de exercer a sua acção contra os incêndios na PREVENÇÃO, em vez da dispendiosa ACÇÃO quando já tudo arde ou ardeu.
As mentes prodigiosas que estão em todas as escadas do poder já se deram conta dos milhões de euros gastos, das consumições levadas ao extremo da vida humana, que muitas das vezes até levam à morte de seres entregues a tão dantesco destino?
Pois bem, a partir de agora que sejam destinadas verbas iguais às últimas gastas na ingrata é cíclica ACÇÃO, pondo-as ao serviço da PREVENÇÃO, com bombeiros, militares, aviões, helicópteros e toda a panóplia de outros meios, em constante vigilância.
Verão que assim poupam-se os haveres naturais, patrimoniais e salvam-se vidas, tornando a nossa Terra mais verde e respirável.

José Amaral


Insondável


Não vale a pena denunciar as mentiras de Trump. Não vale a pena salientar as incoerências do personagem. Não vale a pena evidenciar a vacuidade do seu pensamento. Não vale a pena lamentar o mal que, com toda a certeza, munido daquelas ideias e ideais, se fartou de semear no mundo que lhe foi emprestado (e não dado, nem vendido) para dele usufruir em condições de igualdade com todos os outros. Nada disso vale a pena porque, se o fizermos, nada de novo estaremos a trazer ao mundo, nem estaremos a dizer o que alguém ainda ignora. Valerá a pena, isso sim, questionarmo-nos sobre as razões que levam um partido com poderes de representação de um povo grandioso a aceitar a nomeação de tal figurão como candidato a presidente da maior potência terrestre. A mente humana, na realidade, é absolutamente insondável.

sábado, 27 de agosto de 2016

Alice no país das armadilhas





Alice no país das armadilhas


*Cristiane Lisita
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           Alice no país das maravilhas é um clássico da literatura, escrito por Lewis Carroll, que narra a fábula da menina Alice que deitada sobre a relva, e inquieta, vê o coelho branco falante, aflito com as horas no relógio, se penitenciando: “eu sou uma fraude”.  Intrigada, ela o segue e se precipita no buraco da toca dele. Depara-se, então, com um lugar povoado por criaturas alegóricas e antropomórficas. Diante de um salão redondo e repleto de portas fechadas espia pela fresta da fechadura, que revela um jardim. Vê sobre a mesa a chave e um líquido. Bebendo-o ela encolhe e passa pela pequena porta, mas se esquece de que a chave ficara do outro lado.

Certamente como Alice, outra ‘Alice’, na sua jornada, se deixou ingenuamente guiar por seus sonhos. Ao adentrar o jardim do ‘Basalto’ é que ‘Alice’ realmente toma conhecimento dos indivíduos que habitam e querem comandar aquele país, e das situações inexoráveis advindas dos mexericos da despeitada Lagarta Aéssia, cachimbando narguilé, nas suas conversas e conselhos sediciosos. O Rato Ditanaro e as aves de rapina: Abastácia, Zérra, Surtey, Jucácá, Meigrelles (de prontidão) e outras tão terríveis a voar, que a menina não quisera amedrontar a gatinha, ao relatar suas histórias. Miguel, o Lagarto acostumado a receber ordens, imaginando Marcélia, a Lebre de Março, no seu chá eterno, na preocupação com a manteiga, fielmente escoltada pelo Chapeleiro Maluco, nas suas charadas, e, na companhia, ainda, do Caxinguelê dorminhoco.  Dudunha, a Rainha de Copas, partidária e atroz, sempre exigindo cortar a cabeça de qualquer um e por qualquer motivo.

Alice se defronta com um terreno demarcado como um tabuleiro de xadrez, cheio de provações mascaradas do jogo. Essa literatura de travessia, na qual são evidenciadas as criaturas mais esdrúxulas e as situações mais questionadoras, se adapta perfeitamente aos homens de nosso tempo. Trazendóvisky, naTribuna máxima, agindo de acordo com um dos passatempos de Dudunha, a rainha de Copas, que, além de requisitar execuções, gosta de croquet, No País das Maravilhas as bolas são ouriços vivos e os tacos são flamingos. A finalidade da regra seria que os flamingos acertassem as bolas, ou seja, os ouriços.

Contudo, Alice do país das maravilhas chega à mesma conclusão que ‘Alice’ do país das armadilhas, ao considerar o fato de que os flamingos (pernaltas, peraltas e de bico grande curvado) podem se voltar contra os jogadores. Os tais delatores. Igualmente pela tendência dos ouriços de sair pulando, esperando não serem acertados ou escaparem de alguma Lava Jato. Quando se sente ameaçado, o ouriço-cacheiro (do poder) enrola-se sobre si próprio, ocultando as partes desprotegidas do seu corpo, transformando-se numa bola espinhosa bastante complicada de penetrar. Assim, fogem os ouriços diante da iminência de serem evidenciados seus parasitas e suas patologias. 

Os soldados serviçais da rainha Dudunha funcionam como arcos encaixados no campo do jogo, nas terras do croquet. Mas têm que parar de serem arcos cada vez que a rainha requisita uma execução a fim de arrastar a vítima até um lugar distante, de modo que, no fim do jogo, nessa história, os únicos jogadores que sobram são: a própria rainha Dudunha, junto com o rei (Globo) de ouro e Alice, para ser sacrificada naquele reich tirano. É por isso que o coelho branco, Mouro, insiste em manter ‘Alice’ no mundo subterrâneo das injúrias: quer ajudar a rainha a acusá-la de ter comido uma fatia do bolo. Aliás, recorde-se que a maior notoriedade do croquet foi sua única participação como modalidade olímpica durante os Jogos de 1900, em Paris. No país das armadilhas, coincidente com as Olimpíadas de 2016, o croquet se revela numa intensa modalidade dos bastidores políticos.

Maliciano, o rei de Copas, pastor pernicioso, silenciosamente perdoa muitas ovelhas condenadas quando a rainha não está olhando (quer mostrar sua imensa compaixão diante das coletas que recebe) e seus soldados humorizam, contudo, não obedecem as ordens. Ele sempre repete: “Se Dudunha é malvado, é meu malvado favorito”. Novamente a rainha sentencia ‘Alice’, agora, por defender Lulalá, o valete de copas ou o valente guerreiro, e abona uma visão conveniente da justiça: “sentença antes do veredito”. Submergida nesse mundo, em algum momento há um diálogo, no cume de uma árvore, entre Alice e o gato da Duquesa que ela salvara:

   Alice - "Você pode me ajudar?"
   Gato - "Sim, pois não."
               Alice - "Para onde vai essa estrada?"
               Gato - "Para onde você quer ir?"
               Alice - "Eu não sei, eu estou perdida”.
               Gato - "Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”.

Lewis Carroll já teria tido uma antevisão escrevendo em Alice no país das maravilhas: “Vejam só, tantas coisas estranhas tinham acontecido ultimamente que Alice começara a pensar que muito poucas coisas eram na verdade realmente impossíveis.” A Duquesa avisara acerca da criptografia: “Você não sabe muito, Alice. Isto é um fato”. Assim, todas as criaturas temem a rainha de Copas no país das maravilhas, exceto Alice, além da ‘Alice’ do país das armadilhas. Ambas sabem o caminho de retorno pra ‘casa’. ‘Alice’, essa segunda, volta na sua humildade, não precisa da chave que permanecera do outro lado da porta. Afinal, a primeira Alice havia ensinado: “Vocês não passam de um baralho de cartas!”


*Cristiane Lisita é jornalista, advogada, escritora. Pós-PhD pela Universidade de Coimbra.






A nossa Quina

Quina, a carteirista mais velha de Portugal, no dia do seu aniversário – 24/8 –, fazendo 86 anos, foi mais uma vez apanhada com a boca na botija, digo, com a mão no bolso alheio.
Penso que, para se acabar com tanto continuado ‘flagrante de litro’, os nossos zelosos políticos, mormente aqueles que têm subvenções vitalícias, deveriam agregar a zelosa Quina à mesma situação gamelista em que tais gosmas estão.
A Bem da Nação e de tanto ladrão.

José Amaral


Já fiz uma abordagem

Já fiz uma abordagem, acerca das ‘cultas’ pessoas que instadas a dizer o que fazem, elas assim respondem: ‘não faço nada! Compro tudo feito’, com se tal afirmação fosse tida como uma mais-valia para o enriquecimento pátrio e um caso de extrema honradez.
Entretanto, ouço outros ou idênticos ‘cultos’ cidadãos dizerem que os de cima roubam tudo, como se esses cidadãos de baixo, se pudessem, faziam exactamente o mesmo.
A tal exemplo, aqui vos deixo com o diálogo que ouvi, aquando de um velório e enterro.
- Então pá, estás de férias?
- Não, não estou! Já estou reformado.
- Já, como assim?
- Aos 55 anos meti baixa e estive nessa situação durante três anos, pois tive um médico amigo que me pôs nessa situação; e de seguida fui dois anos para o fundo de desemprego, para, de seguida, meter os papéis para a reforma. Durante todo esse tempo foi sempre a meter dinheiro no bolso.
Ó Portugal, Portugal! A ladroagem tomou conta de ti a todos os níveis sociais.


José Amaral

O país à beira da loucura colectiva

O país e suas gentes – as de cima, as do meio e as debaixo – estão a caminho da loucura colectiva. Ninguém se entende e, se se entende, é porque foram devidamente ‘untadas’, isto é, fizeram-lhes um agrado para não fazerem mais ‘ondas’.
É pois uma paz podre rumo à putrefacção.
Assim, tomando por exemplo as parangonas jornalísticas de ‘Médicos recusam dezenas de vagas no Interior e no Algarve’, o que se poderá daqui retirar, algum altruísmo ou ética? Claro que não!
A Saúde e não só, hoje em dia, são vistos como negócios muito lucrativos, e apenas isso.
E também pergunto: qual terá sido o juramento solene destes médicos, que só se preocupam em desempenhar as funções em lugares melhor remunerados e junto à suas moradas? O de Hipócrates não terá sido! Não terá sido o de Hipócritas? Talvez.
Assim, perante tão ‘salutar’ recusa, o Ministério da Saúde deverá disponibilizar-lhes alojamento em hotéis bem estrelados, e o atendimento de doentes ser feito junto à piscina.


José Amaral

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

DOIS CRIMES



Os maiores crimes da história da humanidade, foram sempre perpetrados não por simples bandidos ou meras associações deles, mas, por Estados. E, com exceção do holocausto nazi, ficaram sempre impunes. Por exemplo, o ataque com bombas atómicas às cidades de Hiroxima e Nagasáqui quando a Alemanha nazi já se tinha rendido há 2 meses e o Japão prestes a seguir-lhe o exemplo, a invasão e destruição do Iraque com o falso pretexto de que possuía armas de destruição massiva, o assassinato de Kadafi e a implosão da Líbia,a actual destruição da Síria, e tantos outros. Mas o que nos interessa agora, é o crime da Guerra do Balcãs. O pretexto que levou aos intensos e prolongados bombardeamentos de Belgrado pela NATO , que incluíram a RTS,a televisão sérvia, matando dezenas de jornalistas e até a embaixada da China. Que levou ao desmembramento da Jugoslávia, país fundador e com um importante papel no Movimento Dos Não Alinhados, que levou à criação do protetorado do Kosovo e à instigação de conflitos étnicos com milhares de mortos em vários massacres. Pois bem, o grande pretexto, desta vez, foi Milosevic. Slobodan Milosevic. Lembram-se? A NATO,e a denominada Comunidade Internacional, comparou-o a Hitler, chamou-lhe o Carniceiro dos Balcãs. Um monstro! Perseguiram-no e prenderam-no. Acabou por morrer na prisão. Uma morte “estranhíssima”, depois de se bater até ao limite, pela sua inocência,o que, agora, passados todos estes anos, é o próprio Tribunal Penal Internacional a reconhecê-lo.
Está tudo escarrapachado, muito mais ao pormenor, nas páginas da edição de 18.8.16 do jornal Avante. Estão lá as fontes. Mas será mentira? Desmintam-no, ou processem o seu diretor. Claro que não o fazem, porque é verdade.
Ainda me lembrei de colocar como título: Os Grandes Criminosos Impunes. Mas como se trata de dois crimes, o propriamente dito, e o do silenciamento que a generalidade dos media dele fazem, emendei, e coloquei o que consta.
Francisco Ramalho
Corroios, 26 de Agosto de 2016


quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Segundo se apurou

Segundo se apurou, Catarina Martins terá desabafado – não se sabendo ao certo em que contexto –, que ‘todos os dias se arrependia de pertencer à geringonça’.
A ser verdade o que dizem que disse, não o deveria ter dito, pois pôs-se a jeito da maralha política e afins que tal geringonça hostilizam, uma vez que foi a geringonça que tais gentes apeou das escadas do poder e de todas as más decisões atrás tomadas, virando a sociedade às avessas.
Há coisas que não se devem dizer, mesmo que essas sejam aquilo que se pensa, pois são nas más horas que se conhecem quem está do nosso lado, uma vez que nas boas todos estão connosco.


José Amaral