segunda-feira, 31 de julho de 2017

O PCP E A VENEZUELA DE MADURO


Quem não era ainda adulto no período negro e totalitário de Portugal, de Março a 25 de Novembro de 1975, poderia ser agora levado pelas falinhas mansas do "camarada" Jerónimo. Como o 25 de Novembro falhou para o PCP, a estratégia tem sido jogar o jogo democrático, estando sempre onde a chamada "correlação de forças" manda estar. Mas ninguém tenha ilusões, se um dia o PCP chegar ao poder, e isso pode perfeitamente acontecer com o seu agora aliado António Costa, nunca mais de lá sai, como se viu na URSS, em Cuba, na Coreia do Norte, na China, e agora na Venezuela de Maduro. Lá por serem ditaduras de "esquerda", não são menos totalitárias e cruéis que as de direita. É por isso uma vergonha, e certamente uma confissão totalitária, a posição do PCP perante o golpe de estado de Maduro. Este quer substituir uma Assembleia Legislativa democraticamente eleita ainda no passado ano, por uma Assembleia fantoche, que aparece depois de uma enorme "chapelada", que o nosso PCP criticava nas "eleições" de Salazar, mas que com Maduro as acha "democráticas". Dois pesos e duas medidas, assim vai o PCP e boa parte da esquerda portuguesa, que só consegue ver argueiros nos olhos da direita. Oxalá a resistência heróica e democrática do povo Venezuelano consiga repôr a legalidade. Sobre a posição política do governo, de não querer afrontar desnecessariamente Maduro, é sensata, pois o vingativo ditador poderia prejudicar a extensa comunidade dos nossos compatriotas.
Donald Trump e Kim Jong-un, iniciaram uma maratona, a pé, cada um com seu míssil em cima do ombro. Vão encontrar-se algures, no mar ou em terra, e vão confirmar quem tem os melhores e mais eficazes mísseis. Levam pequena reserva alimentar para o caminho, onde não faltarão doses de raiva e ódio, para - quando estiverem frente a frente - não haver falhas. Vão dormindo aqui e acolá, ou talvez façam o percurso sem dormir, porque há homens que não dormem. Desejo que batam de frente, em cheio, e que não sobrem bocadinhos. Grande abraço para os dois.

Comparações infelizes da senhora Ministra

A senhora ministra do MAI ouvida na comissão parlamentar sobre os últimos incêndios, quando confrontada com as falhas do SIRESP e a mudança tardia da estrutura da Protecção Civil, lembrou, e muito bem, o seguinte: sobre o SIRESP já em 2013 houve falhas nas cheias e em 2012 e em 2013 nos incêndios no Caramulo em que morreram bombeiros; quanto às mudanças tardias nas estruturas da Protecção Civil, já em 2013 o governo também tinha integrado 21 novos elementos tardiamente. Pois senhora Ministra, sobre as suas pertinentes acusações, agradeço que tome nota do seguinte e me desminta se for esse o caso. Ora se podemos acusar o anterior Governo de negligência quando tomou aquelas medidas erradas, de que devemos acusar o actual que sabendo os malefícios causados, não as alterou ou eliminou? Pelos resultados verificados, acho-me no direito de o considerar não negligente mas isso sim criminoso. Mas sem perder a oportunidade, ainda lhe corrigirei duas afirmações: o actual mudou as chefias e estruturas da Protecção Civil, o que é muito grave, enquanto o anterior, segundo disse, integrou novos elementos, o que é diferente. Sobre o SIRESP, também há importantes diferenças. Ora vejamos: o contrato definitivo é do tempo de Sócrates com António Costa a Ministro do MAI e a colaboração do amigo Diogo Lacerda gabando-se agora de ter baixado o valor do contrato. Só que essa baixa, faz-me lembrar aquele indivíduo que se gabava que tinha baixado o preço da carrinha, embora o vendedor lhe tenha tirado o motor. Mas sobre o SIRESP, talvez fiquemos a saber o The End apenas no final da operação Marquês. Jorge Morais
 
Publicada no DN-M de 31.07.2017    -   JN 14.08.2017
 
                               Ilustração do leitor Paulo Pereira
 
 

A Venezuela dá p´ra tudo!

- Quem todos os dias vê os canais de têvê que emitem aquilo que pretendem fazer passar como notícias, sobre o actual momento que se vive na pátria de Hugo Chavez e da revolução bolivariana, e analisa com olhar de lince e juízo crítico, clínico, verifica que os grupos de manifestantes que provocam a bagunça nas ruas de Caracas, são os privilegiados, os bem vestidos e melhor alimentados. Não se vê nestas manifestações para têvê propagar, o Povo. O povo que sofreu às mãos da classe burguesa, e da classe média e média alta, as agruras, o desrespeito, que actualmente com Maduro vê ser restituído, apesar das dificuldades criadas pelos sucessivos boicotes dos países que apostam tudo para esvaziar o triunfo do oxigénio que a revolução instalou naquela nação. Eu estou com Maduro e com o povo verdadeiro, venezuelano. Aquele que ainda não conseguiu as conquistas mais significativas, mas que se libertou do jugo imperialista e capitalista que os esmagava. O povo que se não vê nas ruas a incendiar e a destruir o país de Bolívar. O povo que tem as mãos gretadas e o rosto enrugado. O povo que lavra, talha, ergue, conserta, e trabalha por dias melhores. Aquilo que se vê através das imagens que nos chegam, é a desordem organizada por uma oposição de ambiciosos, que querem recuperar os privilégios de outrora em detrimento do bem estar colectivo. Pelas imagens que nos chegam só se vê roupa e calçado de marca a correr e a largar tochas parasitas, para criar o caos, pretendendo com isso criar um clima de medo e um ambiente que se quer confundido com desejos que não correspondem ao querer da maioria dos venezuelanos, mas aos interesses de quem os comanda e manipula. É por alguns estarem do lado errado da verdade e da notícia séria, que são proibidos de entrarem naquele país para fazerem reportagem. Os seus objectivos não são claros, ou são-no, como o provaram já pelas emissões que têm mandado para o ar, intoxicando-o com notícias falsas e sob encomenda. Não se queixem. As revoluções não se fazem para agradar às classes dominantes, mas para dar ao seu povo sofrido, um futuro melhor e diferente daquele que os reaccionários foram capazes de dar, e que andam desagradados agora. Viva a Venezuela!

                                           

A bomba atómica? Nunca!

Não gostei mesmo nada do termo empregue pelo senhor PR de ‘não querer empregar a bomba atómica’ sobre o governo de António Costa.
Achei, por isso mesmo, que começou a pressionar a acção governativa, abrangendo também os partidos que a sustêm.
De imediato, no seu semanal tempo de antena televisiva, o ‘pequenolas’ Marques Mendes, que é um ‘sabidolas’ de ‘se lhe tirar o chapéu’, aproveitando a boleia presidencial, veio logo dizer que o PR começou a distanciar-se do governo desde o incêndio de Pedrógão Grande e do roubo de armamento de um paiol de munições, em Tires.
Como de ameaças está o mundo farto, que se tenha tento na língua, para não se alimentar lengalengas pelo diapasão da indisposta oposição, a qual, não quer um verão ameno, mas, isso sim, um estio de grande esturro.

José Amaral

O Mata, e a Esfola

Mata, disse um. Esfola diz outra!
Ora vamos lá escrever sobre assunto negro, e que penas diferentes já se rebolaram por tudo quanto é papel, e vozes de rádio e têvê fazem eco e ruído q.b. Os partidos de direita, tão tristes e tão saudosos, do tempo da outra senhora, não se enxergam, e não se dão conta do ridículo em que caem, como nenhum palhaço digno se atreveria a correr tal risco e a fazer tal número. E tanto faz ter como porta-voz o monte negro(que ironia), como o recém-eleito, huguinho, acompanhado da turma, com o zezinho e o luizinho, mais o coelhinho. Turma, que tem como matriarca e progenitora de ondas, a cristas. Mulher saudosa dos tempos de menina, passados noutro sertão. P&C, passos e cristas, são, à custa da desgraça alheia, dois compinchas incendiários a quererem escapar por entre as cinzas e do cheiro dos cadáveres, que chega à capital do país, da verborreia e da demagogia, para iludir o pagode. E fazem-no tão desastradamente, que o lodo que originam, os há de sufocar. Eles pensam o contrário, como é apanágio de alguns bonecos de B.D. É claro que provocam grandes risadas, de deitar a mão à barriga, mas o assunto não é para rir. Tais personagens assim despidos de ideias e de criatividade, dedicam-se, cada um igual ao outro, a lançar ultimatos como achas para fogueiras, com o intuito vazio de não deixar os fogos arrefecerem e disso tirarem dividendos, e não permitirem que os mortos descansem em paz, e os familiares façam luto na intimidade do silêncio, na paz que se quer do espírito, e das lágrimas da dor. Estes bonecos, nascidos na prancha do ridículo aonde se movem, vão-se ver negros para saírem limpos do pó que estão a levantar dentro do quadrado que os prende, e que se junta às cinzas e às feridas, que ainda pairam no ar. As eleições que se avizinham e para as quais eles se fadigam, sem mais imaginação, disso nos darão conta, logo após ter saído a lista que nos dão conta, também, do número de vítimas esturricadas, fora das viaturas e dentro do asfalto derretido, e que a direita tanto aprecia querer saber, para seu consolo, e disso fazer chicana política e grosseira, da mais reles que há memória. A direita política, quando fala, exprime-se sempre por dentro de balões vazios ou carregados de azedume, para assustar criancinhas e incautos. A ficção BD, começa a confundir-se com a realidade política. Para alguns coiotes e abutres, numa e noutra, vale tudo!


As costas largas do eucaplipto

Até já ouvi um saudosista do 24 de Abril culpar o 25, mas acontece que eu pessoalmente estive a combater um incêndio na serra de Sintra em Setembro de 1966 e lá morreram 25 soldados meus camaradas.
Não havia lá eucaliptos, mas árvores frondosas rodeadas de mato e capim.
Estes sim são os catalisadores de todos os incêndios, porque os eucaliptos não ardem sozinhos.
Não ardem os eucaliptos nem qualquer outra árvore.
A tarefa que a minha companhia executou foi pura e simplesmente capinar e queimar.
Já naquela altura não houve ninguém com coragem para limpar no tampo ameno.
Hoje continua a não haver.

Quintino Silva
Do voluntarismo

Não há coisa melhor no mundo do que a boa vontade, com a qual se podem remover na vida todo o tipo de empecilhos; mas nas sociedades ditas organizadas usa-se contra ela a expressão “de boas intenções está o inferno cheio”…
O economista Ricardo Reis, professor na London School of Economics conta, na sua coluna do caderno Dinheiro Vivo, do JN, um episódio exemplar daquela minha introdução. Diz ele que num parque público de Toronto, no Canadá, há um acesso em rampa íngreme para o qual os habitantes reclamam da câmara uma escada que facilite às pessoas lá chegar, mas esta autarquia não dispõe de imediato do montante para a obra, que pode custar entre 50 a 100 mil euros.
Um reformado inconformado decidiu reunir apoios e construír uma escada em madeira, que lhe custou 375 euros e resolveu o problema dos frequentadores daquele parque, só que a câmara bloqueou logo aquilo por ter sido construído à sua margem e constituír um perigo para a segurança pública, o que revoltou os residentes.
Diz o professor Ricardo Reis, na sua análise, que ambos os lados têm razão e os seus argumentos são um bom exemplo do dilema entre privado e público. Por um lado, é claro que as pessoas não podem construír acessos no espaço público quando e como querem. Se cada um pudesse construír o que lhe apetecesse, não ia haver uma rua ou passeio transitáveis; por outro lado, se uma comunidade se junta e resolve um problema entre si, ainda bem.
Por um lado, é claro que têm de existir regras de segurança  sobre como construír escadas na via pública; por outro lado, quando essas regras levam a que o preço de qualquer obra pública custe 100 a 200 vezes mais, também é claro que temos regras a mais cuja principal função é servir grupos de interesse.
Por um lado, aquele cidadão que meteu mãos à obra pode ter boas intenções, mas ao louvá-lo estamos a abrir o precedente para qualquer aventureiro achar que ele é que sabe resolver um problema público; por outro lado, a ineficácia de qualquer Estado moderno, em que até resolver um problema simples demora anos e custa fortunas, derrota qualquer visão idealista do Estado.


Amândio G. Martins

CHÁVEZ VIVE!

Chávez vive. Os mais de 8 milhões de venezuelanos que participaram nas eleições para a Assembleia Constituinte provam que o medo instalado pelos media internacionais e pelos fascistas pagos por Trump e pelos ocidentais não vergaram a larga maioria do povo venezuelano. Não concordamos com todas as atitudes do presidente Maduro mas não queremos a Venezuela convertida em mais uma colónia do capitalismo. Chávez vive. A revolução vive. O bom povo de Caracas está na rua a celebrar. Chávez vive. El Che vive. O imperialismo não passará.

DEUS MORREU

A 31 de Julho de 2001, morre Francisco da Costa Gomes

Resultado de imagem para costa gomes

A 31 de Julho de 2001, morre, no Hospital Militar de Lisboa, Francisco da Costa Gomes, foi um militar e político português. Desempenhou altos cargos nas Forças Armadas e foi o décimo-quinto Presidente da República portuguesa de 30 de Setembro de 1974 a 27 e Junho de 1976, o segundo após a Revolução dos Cravos.
Nasceu a 30 de Junho de 1914, em Chaves.

O Dr. Relvas


O país tem mais um licenciado, o Dr. Miguel Relvas, que, num gesto de grande elevação intelectual, prescindiu de recorrer da decisão do Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa e se submeteu aos exames escritos em Relações Internacionais e Direito Administrativo. E fê-lo para que não restassem dúvidas sobre a sapiência que tem nessas áreas, as únicas em que lhe faltava prová-lo. Eu, por acaso, não tinha quaisquer dúvidas sobre isso, há longo tempo que sei que Relvas “sabe muito”.    

domingo, 30 de julho de 2017

Água mole em pedra dura


Rui Cunha Marques (RCM), professor catedrático do IST, por encomenda da Associação das Empresas Portuguesas para o Sector do Ambiente, publicou uma “Análise do Desempenho dos Operadores Privados e Públicos no Sector da Água em Portugal”, estudo de que tive conhecimento pelo trabalho de Margarida Marques, no Público de 24 de Julho passado. Por não ter lido o livro, vou-me limitar a referir, em transcrição livre, alguns dos pontos abordados no artigo: não é a privatização da água que está em causa, é a privatização da sua gestão; os privados cobram mais aos utilizadores, mas… dão-lhes eficácia; lucrar o máximo possível sem preocupações relativas à qualidade do serviço é, para RCM, um “mito”; cálculos (não exibidos) com “subtracções” às tarifas do valor de retribuição (?); possíveis comparticipações de verbas comunitárias nos investimentos privados; serviços privados pagam impostos e os públicos não. Até se invocam estudos dos sempre convenientes prémios Nobel, sem os nomear (talvez Milton Friedman?). É com este tipo de estudos que se vai preparando paulatinamente a opinião pública, como nos fizeram nos sectores das comunicações e da energia. Lembram-se de que ia ser tudo muito mais barato e de melhor qualidade com a PT e a EDP privatizadas? Parece que o estudo não revela as dezenas de países em que se reverteram privatizações da água. A começar pelos EUA.

Depois de casa ardida …

Depois de casa ardida é que se faz vigilância aos montes queimados e a tudo que foi lambido pelos inúmeros fogos que, todos os anos, desgraçam o nosso país.
Só agora é que pelotões de fuzileiros e elementos da marinha vão vigiar a floresta, depois de tudo queimado.
A prevenção deveria ter sido iniciada antes de todos os holocaustos incendiários, que tiveram o mortal epicentro em Pedrógão Grande.
Muitas vidas teriam sido poupadas, muitos haveres ficariam incólumes, muitos meios teriam sido poupados, muita desgraça acumulada poderia ter sido evitada, mas altas negociatas se levantam, para bem de uns tantos e infindável desgraça de muitos milhares.

nota- texto publicado pelo PÚBLICO de 31/7

José Amaral
Andará doente, o “hominho”?

Digo isto porque, como é sabido, é frequente a doença mudar muito a forma de pensar e proceder das pessoas, e o que hoje ouvi ao líder da Oposição, falando da situação política, deixou-me desconfiado.
Até fiquei na dúvida se terei ouvido bem, mas questionado sobre a actual situação, julgo ter ouvido o Coelho responder que há completa estabilidade; e quanto à Venezuela, disse que o Governo tem procedido bem. Mas talvez tenha sido só um rebate de consciência pelas alarvidades que ele e seus “compagnons” têm disparado desordenadamente…
E que espécie de gente pode colocar uma questão como a “dissolução do Parlamento”, como foi feito na entrevista do DN a Marcelo? Até parece que ter muita trampa para nela poderem chafurdar à vontade é a situação mais sonhada por este tipo de jornalistas!


Amândio G. Martins

Os que gostam de broa e os "broeiros"

A minha querida amiga e colega Sónia, se ler este título já deve a estar a rir-se! Não sabendo o que significava a palavra, aqui há uns anos e quando eu era seu director de serviço, numa fila no refeitório e quando eu retrava dois ou três pedaços de broa de milho, disse delicadamente que eu era muito "broeiro". Ainda hoje, quando nos encontramos, nos rimos da "língua ser traiçoeira".
Serve isto de introito ao que aqui me traz, desencadeado pelo texto - Jesus não gostava de broa? (2) - de Frei Bento Domingues no PÚBLICO de hoje e que é a segunda parte dum outro, com o mesmo título, publicado no passado domingo. E  que fustiga o a "sua" Igreja, mormente o Cardeal Sarah, pelo "pecado" de colocar as mediações litúrgicas e sacramentais  antes da partilha, quer esta última seja feita "com gluten ou não". Elogia o Papa Francisco (leiam o texto, por favor!), diz porquê e diz, com ironia fina, que "Jesus não gostava nem desgostava de broa (de milho, que é isenta de gluten) pois se calhar nem a conhecia".
Querida Sónia, vê agora a diferença entre quem gosta de broa e quem, mesmo gostando, a acha indigna de "fazer parte do corpo de Cristo"? Os últimos são... os "broeiros!

Fernando Cardoso Rodrigues
Falsas promessas

Toda encanto e magia
Nos olhinhos feiticeiros;
De exuberante alegria
Dava atenção desmedida
A bisnaus interesseiros…

Bem carente era de amor
Num vendaval de ilusão;
Mas aquela vida em flor
Não tinha ainda o rigor
De ver a quem dar atenção.
.
Sem se dar conta de nada
Foi pelo falso desvelo;
E tristemente enganada
Com a má-fé descarada
De quem lhe mostrava zelo.

De gestos pouco pensados
Impossível entendê-la;
Para mal dos seus pecados
Os amores mascarados
Acabaram por tolhê-la.
Inexoráveis os anos
E cruel realidade;
Enganos e desenganos
Viu ruírem lindos planos
Hoje chora de saudade!


Amândio G. Martins

Lista de mortos é arma de arremesso(!)

A relapsia do desgoverno anterior na floresta foi evidente. A líder do CDS, enquanto ministra da
Agricultura durante 4 anos, nada relevante fez a favor da floresta nacional. Ao invés, subsidiou
plantações a esmo de árvores combustíveis - eucaliptos! Pelo mortífero fogo de Pedrogão, pediu
a demissão da ministra da Administração Interna e ameaçou com uma moção de censura ao Governo (!). A silly season ou a insanidade não podem ser justificação, para tanto despautério político.
   As energias deveriam ser canalizadas para construir soluções a estas inauditas calamidades sucessivas e procurar resolver a incompetência repetida do SIRESP, com falhas continuadas nas
comunicações para combater os fogos.
  A direita extremada, (ainda) ressabiada, criou um facto político pela ‘não divulgação da lista de  mortos’ de Pedrogão Grande. O PSD e CDS usaram-na como arma de arremesso político. Censurável, miserável e desrespeitoso usar os mortos para esgrimir politica-mente seja o que for! As listas já tinham sido publicadas no CM. Houve um alarido esquizofrénico sobre isto. A
oposição devia, sobretudo os deputados eleitos pelos círculos onde o fogo matou, ter estado com as populações afectadas e em sentimento de perda.
   Estas catástrofes devem alavancar uma vontade férrea, por parte do Governo e de todas as
instituições que lhe digam respeito, na procura de novos paradigmas para obviar este gravíssimo
problema dos incêndios. A sociedade civil deve fazer parte integrante.

                                             Vítor Colaço Santos


A 30 de Julho de 1979 - É divulgada a composição do V Governo Constitucional



Resultado de imagem para maria lourdes pintasilgo


Por iniciativa presidencial, é divulgada, a 30 de Julho de 1979, a composição do V Governo Constitucional. A engenharia química Maria de Lourdes Pintassilgo entra na história como a única mulher que até hoje desempenhou o cargo de primeiro-ministro em Portugal, tendo estado em funções desde de 1 de Agosto de 1979 a 3 de Janeiro de 1980. Foi, também, a segunda mulher a desempenhar este cargo em toda a Europa, dois meses depois da tomada de posse de Margaret Thatcher.

sábado, 29 de julho de 2017

Não há engano na data?

O editorial de hoje (28/7) do PÚBLICO, assinado pelo seu director, David Dinis, é quase todo ele sobre o Presidente da República (PR). Ou melhor, sobre Marcelo Rebelo de Sousa. Ou, melhor ainda, "sobre Marcelo", que é precisamente o título que o encima. Mas voltemos ao mesmo, mas da minha carta. É que se estranhei que todo o texto do jornal parece um bocado bizarro já que quer insinuar um lado "titubeante" ou mesmo "ambivalente" do PR e até até contem uma "ameaça" final de que Ricardo Araújo Pereira o repesque  para um "gozo" qualquer, o que mais me "pôs em guarda" foi o facto de DD, verberando o governo, dizer que há dúvida sobre muita coisa, inclusive "... a lista de vítimas" (sic). Sobre a lista de vítimas? Em 28 de Julho? Julgo que nunca houve mas, mesmo que houvesse, hoje já tudo está esclarecido! Pois se até os "necrófagos" PSD/CDS já "encerraram o assunto"!
Um jornal, qualquer que ele seja, tem o direito de perpetuar um assunto que... já "morreu"? Desatenção? Pensá-lo seria já um insulto meu à ineficácia do jornal e dum director tão ilustres.

Fernando Cardoso Rodrigues

Nota: este texto foi enviado ao "e-mail" do "Cartas ao Director" do PÚBLICO em 28/7. Hoje, 29/7, recebi uma resposta do "e-mail" pessoal de David Dinis. Não o posso transcrever pois é pessoal. Direi no entanto que nada justifica e até tece uma breve consideração sobre " vítima directas e indirectas", ambígua, pelo que o "desafiei" a escrever novo editorial sobre isso, para clarificar. Fico à espera... sentado, obviamente.
Assombração de Orwell

São ameaças seguras
Como demonstra a chicana;
Vemos as cavalgaduras
Com as suas armaduras
E a sanha desumana.

Andam mais desnorteados
Estando longe do Poder;
Não nos vêem humilhados
Como gostam formatados
Para o que lhes aprouver…

São figurinhas dementes
Que nem escondem parecer;
Já querem mostrar os dentes
Grosseiros e prepotentes
Contra os que sonham viver.

Não sejamos complacentes
Com o regresso dos porcos;
Nesse mundo repelente
Deixaremos de ser gente
E os sonhos serão mortos!


Amândio G. Martins

HOJE TOMAREI A PÓVOA

Hoje tomarei a Póvoa. Os meus guerrilheiros já estão às portas da cidade. A confusão dos veraneantes favorece-nos. Finalmente, expulsaremos os vendilhões do templo. Finalmente, rebentaremos com o putedo mediático e financeiro. Este é o começo. Na Póvoa. Na terra da Márcia e da Diana. Na terra da "Voz da Póvoa". Hoje serei implacável. O major que se cuide. Cheira a incêndio. O país a arder e eu também. Hoje vou reinar de madrugada. Os meus guerrilheiros aguardam o sinal. Che, Fidel, Chávez, Bakunine, Zapata. Chegou a hora de vingar o meu pai, o Jaime, o Alba, o Joaquim Castro Caldas. Chegou a hora de incendiar, da coisa rebentar. Hoje tomarei a Póvoa. É a hora. Não posso esperar mais. Por todos os camaradas caídos em combate, por todos os rejeitados pela sociedade. Chegou a hora. Contra o Big Brother, contra o putedo, contra as peruas que se pavoneiam na TV, contra os senhores do mundo de Bilderberg, chegou a hora da revolução.

A DIREITA DE CABEÇA PERDIDA



PSD e CDS, andam de cabeça perdida. Nunca se conformaram com o facto de terem sido apeados, e muito menos, substituídos pelo PS com a solução parlamentar a que pejorativamente denominam pelo tal nome.
O problema para eles, é que tal solução é absolutamente constitucional. Aliás, há muito que se calaram com a estória do “estão no poder sem terem ganho as eleições”. Depois foi a previsão mais que certa, de que a tal coisa mal feita e que se escangalha facilmente, mais dia, menos dia, se escangalharia mesmo. Não se escangalhou. A seguir, que vinha aí o diabo, e o mafarrico desmentiu-os. Foi ainda o sofrer por antecipação. Ou seja, fizeram a vida negra a este povo, mas que era preciso, para reduzir o déficit e a dívida, para ganharmos a confiança dos mercados,etc e tal. Como se toda a gente fosse simplória e não enxergasse que estavam a ser mais papistas que o papa, que estavam a ir para além até do que lhes incumbiu a famigerada tróica. Têm ainda até a distinta lata de tentarem convencer as pessoas de que as melhorias que se conseguiram e, sobretudo, a paragem do aumento de impostos, do desemprego e de outras malfeitorias que fizeram, se deveu às suas políticas. Essas mesmas, de subordinação aos poderosos da União Europeia e ao FMI.
Portanto, muita demagogia, muita areia para os olhos do povo, mas no fundo, o habitual:a sua forma de tentarem atingir o poder, ajudados ainda pela desilusão de quando o PS faz também a sua política. A política de Direita. Mas depois de tudo isto, veio então o inaceitável, mesmo o imoral. Primeiro, foram os suicídios virtuais. Depois, Passos ,de indicador em riste e a fogosa Drª Assunção de crista levantada, a reclamarem mais mortos. Pelo menos mais um. Quiçá, até mais, porque foram ao ridículo de acusarem o Governo de ter uma lista secreta. Valeu tudo para conseguirem dividendos. Portanto, não perderam apenas a cabeça, perderam o decoro, o pudor, e até o respeito pelos mortos e pelos sentimentos dos seus familiares e amigos.
Convém que se registe, para memória futura.
Francisco Ramalho
Corroios, 28 de Julho de 2017