quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Os "contabilistas" ao poder


Domada a “besta” do défice, alguma coisa teria de aparecer para amesquinhar o êxito da política recente. Hélas!, a dívida! Em termos absolutos e relativamente ao PIB. Entendamo-nos: ambas são excessivamente altas, como já o eram antes da troika. Compreende-se mal que as vozes, da esquerda à direita, que vieram dizer que deveria ser renegociada, fossem apodadas de irresponsáveis, quiçá traidoras à Pátria. A frase de Sócrates de que as dívidas dos Estados são eternas e para gerir só tem o pecado de ter sido dita por ele. Os alemães, em 1953, “enfardados” já os fundos do Plano Marshall, “geriram” a dívida externa, conseguindo que 70 países, Grécia incluída, lhes perdoassem dois terços dela, beneficiando ainda de juros abaixo do mercado, e da limitação dos dispêndios em amortizações e encargos a 5% das exportações. Os Estados não falecem e, por isso, podem contrair dívidas com vencimentos a muitas dezenas de anos. Ficam aterrorizados os cidadãos - esses sim, falecem - ao constatarem que a sua dívida global lhes vai absorver a totalidade dos rendimentos durante os próximos dez anos ou mais? Dizer que o País tem de trabalhar mais de um ano só para pagar a dívida apenas aterroriza os “contabilistas” de lápis na orelha e óculos de ver ao perto na ponta do nariz, que, nas horas vagas, se dedicam à alquimia demagógica e populista. Não nos convidemos ao endividamento desbragado, mas haja muito equilíbrio e pouca esquizofrenia. O Salazar e os aprendizes do tempo da troika já “eram”.

1 comentário:

  1. Quando a ctual solução governativa começou a dar mostras de competência e seriedade, os fanáticos da corja que lançou na miséria milhões de portugueses passaram a poluír o ambiente com autênticos "bosteiros" de prosa cretina que todos tinham uma frase comum: "A factura vem já a seguir"...
    Parece que, com o tempo, deixaram caír o "agoiro", que substituíram por outras sandices não menos cretinas, como a que o "falecido" líder ainda há dias usou: "Como perdeu as eleições, fez um pacto com o diabo (muito gosta ele do diabo...) para governar e agora que o aguente".
    Tem outro marMelo que, no JN, não há quinta-feira que seja capaz de terminar o seu escrito sem aquele "anátema": "Perdeu as eleições"... E um tal argumentário, mais do que inútil, parece-me completamente estúpido!

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.