sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Seca  meteorológica e noticiosa

Para quem tiver tempo e pachorra para sintonizar os canais ditos de notícias, assiste ao martelar dos mesmos assuntos a todas as horas, o dia inteiro e muitas vezes por dias seguidos.

Depois de uma ligeira pausa, voltaram a montar as traquitanas em locais onde o fogo tudo consumia, “incendiando” desalmadamente os televisores de toda a gente, mostrando o dantesco espectáculo como se de vulgar diversão se tratasse.

E nada de construtivo alguma vez se viu saír daquelas intervenções “noticiosas”, como questionar habitantes e autarcas por que razão se mantiveram impávidos com o mato até à porta das casas, depois de terem visto o que por todo o lado tinha acontecido.

De facto, em vez de ficarem à espera que os incendiários descobrissem que ainda faltava arder ali - quanto mais não fosse para justificar a promoção que deles fazem as televisões – e depois andarem a correr desnorteados de um lado para o outro, atirando baldinhos de água para o inferno, teria sido bem mais racional terem posto as barbas de molho, quando viram as do vizinho ardendo...

Pois, mas isso, se calhar, não ia ser notícia, as televisões não iam mostrar interesse, e o que lhes dá mesmo gozo é aparecer em frente às câmaras a fazer queixa de tudo e todos, menos penitenciarem-se da sua própria negligência.


Amândio G. Martins

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