quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Grande SPD!

O SPD alemão está dar uma lição de valor político e social ao aceitar negociar com a  CDU  a possibilidade de formar um um governo de coligação, depois de, após o desaire nas eleições, ter dito que iria para a oposição. E após o "excelente falhanço" duma coligação do partida de Merckel com a extrema direita do FdP, Martin Shulz  (MS) e os seus correlegionários mostram assim a sua democraticidade e visão dum verdadeiro partido social.democrata, pertencente à área do socialismo democrático.
Mais satisfeito fico ainda por ver MS reivindicar a pasta das Finanças. Porque não o faz por deleite pessoal mas sim para deixar a política de austeridade e substitui-la por uma de investimento com preocupações sociais. Lars Klingbeil, secretário geral do partido diz mesmo,"preto no branco" que, a ser governo "vai fazer políticas de esquerda" (sic). Que bom é saber que a social-democracia ainda existe prenhe, não se vende, é patriótica no seu país e ideológica para quem a segue no que ela é. Vem da esquerda, é de centro-esquerda e não usa a sigla para encobrir "travestis" de prática negacional do que diz ser. Como nós sabemos bem demais em outras paragens.

Fernando Cardoso Rodrigues 

4 comentários:

  1. Até pelos grandes líderes que já deu à Alemanha, o SPD tem grandes responsabilidades no regime democrático daquele país; e o ter agora aceite fazer parte do governo liderado por uma conservadora só revela a sua maturidade política.

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  2. O desaire nas eleições foi provocado essencialmente pelo facto do SPD estar coligado no governo anterior com a Sra. Merkel, o seu partido e a sua política de direita ligada aos interesses das grandes multinacionais e do capital financeiro. O declínio dos partidos sociais-democratas na Europa está ligado a práticas políticas de direita, sozinhos ou associados aos respectivos partidos dessa área. Bem pode o secretário-geral do SPD dizer que vai fazer política de esquerda, como se a Sra. Merkel deixasse... O que se vislumbra é mais um desaire eleitoral se a legislatura for até ao fim... ou então será táctica, para abandonar o governo daqui a algum tempo e provocar eleições antecipadas o que agora seria um sério risco.

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    1. Tem toda a razão quando diz que que a social-democracia se "meteu" por maus caminhos, Com Blair, Schroder e outros menores. Tal e qual, mas de forma mais cruenta e ditatorial, o comunismo teórico com Estaline, Brejnev, ou Honecker. Ou ainda o liberalismo norte-americano com o chantagista e lunático Trump. Mas o corpo de doutrina da social-democracia permaneceu fiel a Brandt, Palme e outros. Pacífica, equilibrada e economicamente o mais justa possível. Talvez o sistema mais equilibrado que o ser humano foi capaz de conceber e pôr em prática. Veio de dissenção com o comunismo e foi capaz de conviver com a democracia cristã. É capaz duma "geringonça" e de poder acompanhar Merckel... frenando-a e podendo "mudar a agulha" com Schultz. É esse o ponto! Lembre-mo-nos da Áustria de há dias e talvez vejamos o bem que o SPD, talvez à custa de si próprio possa mostrar o que é o verdadeiro patriotismo, maturidade e visão do mundo que não deseja o "Amor em Berlim" e ainda os regimes actuais da Polónia, Hungria e Áustria que... são europeus mas são hoje um misto de dois extremos execráveis. Quanto a futurologia não a faço se as bases do meu pensamento forem feitas de solidez e cosmopolitismo, como tenho a pretensão de julgar que são. Grato ao Ernesto Silva por nos dar a oportunidade de debater a sério.

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