sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

La muchacha

6a16168d718ef677cce86de339353b6f.png (291×371)A gente olha para ela e não vê se não uma garota de programa, para passar um tempo em Porto Santo ou em Olhão, nas areias delicadas de um e outro lugar à beira- mar, sob aveludado sol. No entanto há os que não pensam assim, e forçam para que a gente veja nela, só, uma líder política capaz de levar por diante um projecto que a ultrapassa e até a esmaga. Todas as leituras são legítimas. Quase todos analisam de acordo com os seus desejos e vontades, e poucos são, os frios e objectivos, distantes e neutros. As opiniões divergem, entendendo que ela ganhou as eleições autonómicas. Outros que tal vitória é inconsequente e que a Catalunha, continuará no impasse sem saída pacífica e aliviadora da situação existente. Vitória de Pirro do Épiro, chamam-lhe, os mais críticos e desalinhados. É um facto, que tal resultado obtido pela rapariga vistosa, não dá para que assuma a presidência da Generalitat. Nem a moça graciosa, tem fôlego e desembaraço para a luta que se avizinha. Não lhe bastaria o sorriso pela vitória agridoce alcançada. A Esquerda dos políticos batidos nestas batalhas, entre Filipes, Rajoys, regime viciado em franquismo, e os que se opõem ao artigo 155, desde o cárcere até Bruxelas, não permitiam à “muchacha” licenciada em Direito, com cara de bolacha da “cuêtara”, permanecer no cargo maior, durante tempo suficiente para provar a sua capacidade de governante de um povo, que quer viver em República, e renega a monarquia velha, e sem defesa nem razão para existir. De Bruxelas chega a voz do verdadeiro líder. Aquele que ainda é tratado por, Presidente. Não que ele represente todos os catalães, mas aqueles, que somados os “escaños” obtidos na área independentista, podem ditar de facto, o caminho a seguir, ou a retomar a direcção interrompida, pela acção da força e da repressão de Madrid, prendendo e exilando os líderes que lutam por um anseio velho de séculos. Por ora, a Catalunha, é uma espécie de cubo de Rubick, a precisar de quem dê as voltas necessárias para que as faces todas se apresentem certas, e com a exigência reclamada. Caso contrário, não lhe valerá de nada, partir para um modelo, tipo geringonça lusa. Espanha não é Portugal, e a muchacha não tem peso, se não para passar umas férias em Porto Santo ou em Olhão, sob um sol delicado e a sujeitar-se a um bronze de fazer inveja, a qualquer “zézé camarinha”.

-(publicdº no DN.madª24/12/017)


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