quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

PERIGOSOS E FALSOS MORALISTAS



Com auxílio da Rússia e do Irão,o governo da Síria, já controla 98% do seu território. Na iminência da tomada do ultimo bastião do “Estado Islâmico”, a cidade de Raqqa, e do aniquilamento daquela organização criminosa, a coligação internacional liderada pelos EUA, foi em seu socorro, fornecendo e escoltando com aviões e drones a coluna de 50 camiões (10 dos quais carregados de armas e munições), 13 autocarros e mais de uma centena de veículos do próprio EI. Foi a insuspeita BBC quem o disse.
O regime da Coreia do Norte não será recomendável. E, submetido a pressões, ameaças e bloqueios pelos EUA e aliados seus, reage como e com o que sabe. Mas, é quem protege, para usar, assassinos tão cruéis como o dos EI ou os Talibãs ( no Afeganistão) para ajudar a derrubar governos que não se lhes submetem, que tem o direito ou autoridade moral, para substituir seja que regime ou governo for? E a estes, poderíamos acrescentar tantos outros casos. Por exemplo, o Iraque, que invadiram e destruíram sob o pretexto de descaradas mentiras. A Líbia, que transformaram num caos e depósito de armas para os grupos terroristas que a controlam; e até, onde escravos já se traficam. Ou agora, quem ameaça incendiar ainda mais o Médio Oriente reconhecendo Jerusalém, a cidade sagrada tanto para judeus como para muçulmanos e até para cristãos (desde que alinhavo estas palavras, estamos a horas dessa esperada decisão) como capital do seu aliado Israel, ou quem abandona a UNESCO, o Pacto da ONU Sobre Refugiados e ameaça rasgar o Pacto Nuclear com o Irão.
Portanto, quem é que tem o direito de substituir ou manter regimes ou governos, se não os respetivos povos desses países? Claro que tais regimes ou governos autocráticos, devem ser denunciados, criticados e até hostilizados. Mas, é quem define a natureza dos mesmos, quem desrespeita o Direito Internacional, quem usa e abusa das práticas acima descritas, que o deve fazer?
Francisco Ramalho

Corroios, 30 de Novembro de 2017

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