domingo, 17 de dezembro de 2017

Por uma Espanha una e indivisível
















Tendo por hábito dar-me bem com os vizinhos, sou, ao contrário de muitos, daqueles que não concordam com a frase “de Espanha nem bom vento nem bom casamento”. Assim, por ter Espanha como um bom exemplo, lamento imenso que haja independentistas a quererem independência da Catalunha. A este respeito tenho lido bastantes opiniões de portugueses literatos, com muitos conhecimentos de história do país vizinho e também apoiantes da independência que, quando confrontados com a Constituição de 1978 ter sido aprovada na Catalunha por mais de 90% de eleitores, contrapõem que se as constituições tivessem sido respeitadas em questões como “a queda do Muro de Berlim”, o nosso caso da “Revolução do 25 de Abril de 1974” e pasmem, no caso de “Timor contra os invasores indonésios”, estaria tudo igual ao que estava. Será que estas comparações podem vir de pessoas que consideram ignorantes quem não esteja de acordo com eles? Estou certo que caso Jerónimo de Sousa ouvisse estas calinadas aproveitava para dizer o provérbio: “ Um burro carregado de livros é um doutor”. Ora sendo eu próprio um iliterato mais vocacionado para a prática em vez de teorias, dou mais valor às conversas que tenho com os interessados. Ainda recentemente, no passado mês Outubro e em gozo dum curto período de férias nos espectaculares Picos da Europa enquanto aguardava o teleférico em Fuente Dé, cruzei-me com um grupo de aposentados espanhóis de Barcelona (que me esclareceram ser “retirados” vocábulo castelhano) para com quem não perdi a oportunidade para trocar opiniões acerca do que por lá se está a passar. Pois muito embora esta troca de impressões tenha sido apenas com meia dúzia de pessoas e por isso mesmo não tenha o valor duma sondagem, o certo é que, unanimemente se manifestaram por continuarem sendo espanhóis. Que assim continuem são os meus votos para que Espanha continue a ser como sempre a conheci.
Jorge Morais

Publicada no DN-M de 17.12.2017

                                                                     Ilustração do leitor Paulo Pereira

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