Quando a fome aperta...

 Quase tudo é comestível!  Homens como Scott, Amundsen, Charcot, conquistadores dos polos, lideraram equipas que permitiram ao homem conhecer melhor os limites da terra, mas alguns ficaram para sempre sepultados nos gelos. Escreveu Scott, um dos que ficaram: “Não lamento ter empreendido esta exploração. Se  eu tivesse sobrevivido teria podido fazer a narrativa que mostra a coragem e audácia dos meus companheiros”.

                                                              

“Depois de fazer as contas, Amundsen, que já dispõe de uma boa quantia, verifica que lhe falta ainda muito dinheiro. Embora já disponha de um navio, tem que prover ao vencimento da tripulação, aos víveres, ao combustível, à pólvora para a caça e aos cães”.

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“Homens intrépidos, que transportam pesado equipamento, têm que se ocupar dos trenós e atrelar cães por vezes indisciplinados; escalam montes caóticos, procurando a passagem mais fácil,  tantas vezes obrigados a voltar atrás e procurar outra saída”.

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“Por vezes, um cão esgotado deita-se sobre a neve para morrer. Antes que o condutor tenha tempo de cortar as correias, é devorado pelos seus companheiros de atrelagem, que assim o determina a lei do deserto gelado: o cão caído é ainda útil, servindo aos outros para sobreviverem. Mas não são só os cães que beneficiam da morte de um dos seus companheiros; também os homens aproveitam aquela carne ainda palpitante”!

Do livro “Decobridores e pioneiros do nosso tempo”, de Bernard Michal e A. Pedro Gil.

Amândio G. Martins