Este blogue foi criado em Janeiro de 2013, com o objectivo de reunir o maior número possível de leitores-escritores de cartas para jornais (cidadãos que enviam as suas cartas para os diferentes Espaços do Leitor). Ao visitante deste blogue, ainda não credenciado, que pretenda publicar aqui os seus textos, convidamo-lo a manifestar essa vontade em e-mail para: rodriguess.vozdagirafa@gmail.com. A resposta será rápida.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
Mitologias e coisas afins
Dos outros, os mitos, existe uma "catrefada" deles, uns chamados de urbanos e outros nem tanto. Um deles, dos tais "nem tanto" foi-me relembrado, hoje, pela pena de Miguel Esteves Cardoso -Livros e obrigações- no PÚBLICO, ao dizer que o velho lema de que um livro tem que ser lido até ao fim, não é verdade ( e eu concordo) pois pode/deve ser largado quando "deixa de divertir, entreter, empolgar, distrair, comover" (sic) ou ensinar... juntarei eu. Mas o maior dos mitos, quase "elevado" à categoria de Mito "maiúsculo", é a de que os seres humanos se dão todos muito bem, nascemos todos ungidos, e só "descambamos" por "descuido" nosso ou maldade dos outros e "abraço para aqui, abraço para acolá". Recuperei este meu pensar ontem à noite,vendo ouvindo e lendo ( não poderia ignorar...) Pacheco Pereira, na "Quadratura do Círculo",e Yuval Noah Harari, no "Homo Deus", respectivamente. O primeiro defende, para dentro de cada os partido político, uma discussão aberta e mesmo dura, mas nunca feita de palavras delicodoces e "traiçõezinhas" terminada com... um abraço inquinado e patético. Quanto ao livro, esse vai mais longe, e diz que não são a alma e a consciência mas sim a capacidade de cooperação flexível que faz que os seres humanos sejam "superiores" (com aspas...) e vivam uns com os outros.... à distância. Já que em proximidade, em relações íntimas, em pequenas comunidades.., é difícil. A não ser que, como o fazem, mantenham umas hierarquias falaciosas baseadas em leis imutáveis da natureza ou mandamentos sagrados e não em caprichos humanos. Isto é de todos os dias e de todos os lugares, macro e microcosmos. Termino com o que penso: poderemos melhorar, somente, mas para isso precisamos de muita paciência e cultura. De outro modo dito: é a Cultura, estúpido! Não nos esqueçamos da dureza mas juntemos-lhe argumentação avisada e prenhe.
Fernando Cardoso Rodrigues
4 comentários:
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O "Zoo Humano", de Desmond Morris, Publicações Europa-América, esclarece muita coisa do que realmente somos...
ResponderEliminarVerdade. Que "fez época" há muitos anos, já depois do "Macaco Nu" do mesmo autor, creio.
EliminarSim, é do mesmo autor, pertencendo à mesma colecção "Estudos e documentos", da mesma editora; o "Macaco saíu com o número 50 e o Zoo com o 56.
ResponderEliminarNa altura, era eu estudante universitário, circulavam de mão em mão numa avidez de cultura bem relevante!
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