quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Não ter onde caír morto...


...É uma expressão cruelmente usada por todo o tipo de possidónio para puxar ainda mais para baixo quem já está muito fragilizado; mas o caso que vou descrever é literalmente um desses casos limite de fragilidade humana.

É conhecido pela Misericórdia, e por mais de 20 outras instituições, o caso de um homem de 85 anos, cego, que há anos vive na rua; dizem todos que é ele que quer viver assim, que não se pode fazer nada por ele, que já esteve internado mas voltou para a rua porque não aceita que o ajudem, pedindo que o deixem morrer!

Magro, com uma hérnia enorme que o impede de andar, apodrece envolto em trapos a feder a urina, evidenciando doença mental, e argumentam todas aquelas instituições que não há uma lei que permita tirà-lo à força daquela situação...

Acontece isto na mais famosa avenida da “capital do reino”, segundo notícia do JN, que ouviu o presidente de Junta de Freguesia onde o homem se mantém, Vasco Morgado jr, que também concorda que a actual lei não deixa fazer mais por aquela desgraçada vida.

E eu concordo com o que diz uma senhora, de uma associação de apoio a sem abrigo, que não aceita tais argumentos legalistas, dado ser evidente que aquela pessoa não está no uso das suas faculdades.


Amândio G. Martins


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