terça-feira, 16 de janeiro de 2018

O que é desenvolvimento?

Hoje estou muito prolixo, mas respeitei os 60 minutos de intervalo entre textos que, um dia, a saudosa Maria do Céu nos pediu... Bom, mas não vou deixar fugir a ideia pois na minha idade quando as coisas se vão, raramente regressam... mesmo com "recuperador da memória"...
E o que me veio ao pensamento foi perguntar-me: o que é um país desenvolvido? Isto após ter ouvido a "Antena Aberta" da Antena 1 de hoje e me ter inscrito nela mas não ter sido chamado à audição. Lembro-me bem de, em 1982, me ter imposto uma atenção diária à vida na então RFA ( República Federal  da Alemanha), aquando duma pós-graduação que por lá fiz. Procurava então a resposta à pergunta que me bailava na cabeça: porque é que "isto" funciona tão bem? E percebi, à minha custa, que era porque o quotidiano se fazia com rigor nas mais pequenas coisas, tais como chegar a um dever ás 8:30 horas e não ás 8:32 e, ao fazer uma pesagem de precisão, não se ficar pelo 0,9999 e sim atingir o 1 grama! E esse rigor permitir que um poste de iluminação deitado abaixo às 3 horas da madrugada, já estava no sítio, com tudo limpo à volta, pelas 7 h da manhã! E ter então entendido que desenvolvimento é o rigor no quotidiano, a tempo inteiro e nas mais pequenas coisas da nossa vida em comum e não uma grande obra para nos "encher o peito" de... ser a maior do mundo!
Ao contrário ( e era isso que o programa da estação de rádio debatia hoje) duma terra de Tondela, das "muitas terras de Tondela" que por aí pululam, em que um "torneio de sueca" é o objectivo, sem que antes passe pela cabeça das pessoas e das autoridades fazerem coisas tão simples, como protestarem, vigiarem, prevenirem, licenciarem etc. Que compete a todos! Depois vem o "pathos" e ou velho orgulho de ser um "português desenrascado" e, com o "optimismo" ( indiferença cultural) de que... "não vai acontecer nada"! Mas acontece...

Fernando Cardoso Rodrigues

3 comentários:

  1. O que esteve na base desta tragédia é exactamente o mesmo "deixa andar" que originou as do verão passado...

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  2. De facto, assim é: 'deixar andar' que depois se vê o que se deverá fazer, sem qualquer tipo de prevenção, que evitaria muita desgraça e contenção de dinheiros muito mal gastos em remediar o que remediado não ficou, para a desgraça colectiva de todos nós.
    Também abomino a falta de pontualidade, bem como na falta de precisão e retidão em que tudo que fazemos no dia-a-dia. O respeito mútuo e de cidadania estão pelas horas da amargura.

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  3. O pior é que esse "deixa andar", essa indiferença cultural é um problema de mentalidade que demora muito a mudar pois depende de múltiplos factores que, antes de sedimentarem" e "fazerem corpo", demoram imenso tempo. Daí que... ainda vamos ter muita "sueca interrompida" pois, desta vez... foi somente com os outros...

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