segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

TINA prá-frente


Há por aí alguns articulistas que dizem não saber o que é a “treta da “matriz social-democrata”” que o PSD devia ter. Um deles é João Miguel Tavares (ver seu artigo no Público de 13 de Janeiro). Vamos ajudá-lo? Se calhar, não precisa, já que sabe tanto e tantas coisas. Porém, “aquilo” escapa-lhe, mas sabe, por exemplo, que Rio ou Santana (na altura em que escreveu, agora já é só Rio) “vão ser a cada momento aquilo que a economia lhes permitir”. Descontado o optimismo de JMT, ao entrever a possibilidade de algum deles vir a ser primeiro-ministro - do que, sinceramente, duvido, embora não seja impossível - o que ele deixa dito em definitivo é que as ideologias não importam, que “a conversa das divergências ideológicas é pura treta”. Tudo se resume ao “poder” da economia. Nada de novo, afinal. JMT agarra-se à TINA (There Is No Alternative) quando já todos percebemos que há, de facto, alternativas. Mas, para elas aparecerem, é necessário que se tomem escolhas, e é natural que, a JMT, pareça que algumas delas são inconvenientes. Por isso, TINA prá-frente.

Público - 17.01.2018

6 comentários:

  1. Pertrence àquele tipo de comentadores de quem o prof. Bacelar de Vasconcelos escreveu há dias, no seu habitual espaço do JN: "Quem se recorda do desprezo e da galhofa com que a actual Oposição e grande parte dos comentadores oficiosos acolheram então os cenários macroeconómicos pacientemente explicados pelo actual ministro das Finanças desde a primavera de 2015 dificilmente compreende como pode sobreviver no universo mediático tão obtusa e descarada gente"!

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  2. Ou eu hoje acordei "do contra" ou não concordo mesmo, quer com o José, quer como Amândio. Quanto ao primeiro, a minha interpretação do que JMT disse não foi que "a conversa das divergências ideológicas é pura treta" (sic). Somente se referia aos dois candidatos e ao PSD e no sentido que usavam "em vão" a palavra social-democracia mas em que nenhum deles, nem o partido, tinha algo a ver com ela.Par mim era uma análise "datada",ou melhor, "localizada".
    Quanto ao que o Amândio perfilhou, através de Bacelar Vasconcelos, dizendo que JMT é "obtuso e descarado", confesso a minha discordância. O homem poderá ser "descarado" mas "obtuso" é que não é. Não queria pensar o que ele pensa ideológica e politicamente, mas não me importava de pensar o que eu penso com a inteligência e cultura com que ele pensa o que pensa (que confusão!).

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    1. Caro Fernando,
      Não sei se, por inabilidade minha, o texto que escrevi possa ser lido como um ataque “ad hominem”. Não foi essa a minha intenção e, tanto assim é que, não só o enviei para o Público, como também para o endereço electrónico do próprio JMT. Naturalmente, a minha intenção era o contraditório com as ideias dele, designadamente quando, a par de muitos correligionários, desvaloriza a importância da ideologia. Agora, se quando ele escreve textualmente “A verdade é esta: a conversa das divergências ideológica é pura treta”, sem ter o cuidado de ressalvar que se refere apenas ao universo do PSD, aí, penso eu, o inábil já não sou eu, mas ele. O que, naquela tribuna, pode ter alguma gravidade.
      Mas admito o ponto de vista do Fernando, como também admito não ter alcançado o verdadeiro objectivo de JMT. Mas olhe que ele, no final do artigo, também escreveu: “Tanto no PSD como no PS, a ideologia é mera retórica para chegar ao poder”. E, vindas daqueles “lados”, tenho tendência para ver neste tipo de declarações autênticas mensagens subliminares, embora as perceba. Pouco falta para nos aconselhar: deixem-se de ideologias.

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    2. Toda a razão para si quando salienta o dito no final do artigo. Não o "interiorizei", por inépcia minha.

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  3. Ó Dr. Fernando Rodrigues, o tal Tavares até pode ser muito inteligente, não vou ser eu que lho nego, e que lhe faça bom proveito, só que da sua inteligência não sai nada que me interesse! Cheguei a ouví-lo algumas vezes, na TVI 24, e meteu-me sempre nojo. Como não compro o jornal em que escreve, não me chateiam nada as suas sapientes tiradas...

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  4. Não quero ser chato, mas deixem-me voltar ao assunto.
    Isto da dialéctica tem, de facto, coisas curiosas. Relendo os textos e os respectivos comentários, começo a ficar propenso a considerar que, mais do que a minha, a leitura que o Fernando fez do texto de JMT se encontra mais próxima do sentido que o autor lhe quis dar.
    Contudo, o meu “parti-pris” contra as ideias de JMT - não contra ele - coloca-me sempre numa posição de pé atrás, pelo que admito não lhe ter captado o verdadeiro alcance. Seja como for, conhecendo de ginjeira o “pássaro” (JMT) - sem ofensa -, as ideias que eu quis contrariar andam por lá…

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