quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Cerco ao Papa Francisco ou somente dogmatismo bacoco?

O documento posto a circular pelo cardeal patriarca  de Lisboa, D. Manuel Clemente (MC) só não pode ser classificado como profundamente estúpido porque a Igreja Católica quase nunca faz nada de estúpido. A cultura e  a reflexão por detrás das palavras que profere, podem ser "mal intencionadas" mas nunca enfermam de défice intelectual ou cognitivo. O que é muito mau.
Agora, esta "conselho" aos recasados para se absterem de ter relações sexuais, é simultaneamente um "aborto" medieval (nem aí!) num mundo que só pode rir-se dele. Mas é muito mais que isso, vindo momento em que, de "dentro", os ataques ao Papa Francisco se repetem, quer com as missas em latim, o chamamento de herege  e mentiroso àquele e agora este fechamento à exortação apostólica "Amoris Laetitia" em que MC diz "não" à intenção com que Francisco a escreveu.
Frei Bento Domingues já respondeu ao caso das missas "latinórias" com o "missa em latim e de costas para o povo, que os ignorantes publicitam, se não tiverem quem as interprete, não servem para nada. De costas para o povo não há interpretação que as salve" (sic). Hoje o padre doutor Anselmo Borges ainda foi mais contudente com a "provocação" de MC ao dizer que esta vai contra a "natureza humana" e perguntando se o cardeal quer que "casados vivam como irmãos?" (sic).
E nós, laicos, temos algo a dizer? Claro que temos pois, para além da "enormidade cidadã" que proferiu, não nos podemos esquecer que Manuel Clemente é um "Prémio Pessoa" o que, nem por um segundo lhe retiniu na mente para o responsabilizar.

Fernando Cardoso Rodrigues

7 comentários:

  1. Há dias fui ao teatro ver "Natan o Sábio". Era a penúltima vez que subia ao palco (Teatro Municipal de Almada). No final, ouve um debate com o padre Anselmo Borges que para além da sua grande cultura, é de uma simplicidade e simpatia, contagiantes. Disse duas coisas lapidares: que o papa Francisco afirmou que não tinha medo. Uma clara alusão a que se sente ameaçado. Acrescentou é que só temia o sofrimento físico. E o padre Anselmo disse outra coisa importante: na opinião dele, e ao contrário do que diz a Igreja, os chamados textos sagrados, a Bíblia, o Alcorão,etc. não foram ditados por Deus.

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  2. O seu texto recordou-me uma conversa em que participava um padre que aqui pastoreou durante cinco anos. Jóvem e bom conversador, falava-se da nomeação do então bispo do Porto para Patriarca de Lisboa. "Parece-me um homem muito culto, padre Almeida", observei eu; -"demasiado para o meu gosto, que o preferia mais pastor", respondeu-me o padre, que era muito crítico dos exibicionismos, privilégios e lutas pelo Poder dentro da Igreja católica...

    Ora, fazendo Francisco questão de se apresentar como pastor, na sua luta tenaz contra os vícios da Cúria, é triste vermos que o nosso Patriarca se coloca do lado errado.


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    1. A propósito deste episódio e do que ele encerra, poderíamos ( todos, não somente os católicos) ter uma longa conversa mas, como isto é um simples comentário vou fazer uma (?) só pergunta "para o ar": o que vai fazer um(a) católico(a) recasado(a) português e recasado? Masturba-se a bom recato dos olhos da mulher? Bebe um copo de água? E, na missa (suponho que o vão deixar entrar), aquando daquela "ladainha" em que o padre pede por várias pessoas e instituições, "fará figas" no momento em que chegar a vez do "nosso bispo Manuel"? Só porque o "respeitinho é muito bonito"?...

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  3. D, Manuel Que-Le-Mente, é a prova provada que esta católica igreja não avança. O Diácono Remédios é muito mais prafrentex.

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  4. O que eu sinto, como católico, é que esse tipo de recomendações só servem para alimentar o anedotário; não inibem, nos dias de hoje, nenhum crente de exercer a sua humanidade em toda a plenitude...

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