sábado, 10 de fevereiro de 2018


#Nãoénormal


Escreve o jornalista Pedro Ivo de Carvalho, no JN de hoje, acerca da estúpida polémica à volta do anúncio da vinda da Google para o nosso país. Diz ele que um dos aspectos mais corrosivos do debate público em Portugal é a facilidade com que caímos na bipolarização argumentativa, e de como o espírito de claque mina os fundamentos de qualquer discussão.

É natural e desejável que diferentes pontos de vista se confrontem. É daí, de resto, que florescem os consensos ou os distanciamentos, mas há bizarrias lusitanas que apenas servem para atestar da nossa pequenez e tornar evidente a estreiteza de alcance de muito boa gente.

Vejamos, por exemplo, em que degenerou a revelação de que a Google tinha interesse em fixar-se no nosso país, criando mais de 500 postos de trabalho. O anúncio foi feito em Davos pelo primeiro-ministro, numa óbvia tentativa de associar o Governo à boa notícia. Nada de extraordinário nisso. Outros fariam o mesmo.

Ora, o debate que se seguiu foi este: esses mais de 500 empregos em Oeiras são bem-vindos (e porque não no Porto, pedinchou Rui Rio...), mas é preciso ver de que empregos estamos a falar. Porque se for um call center, com o foi aventado, já não é a mesma coisa...

Entretanto, a google já esclareceu que não é call center. E nós, que temos tanto, mas tanto emprego que até podíamos exportá-lo para a Alemanha, achamos este debate normal. Se calhar, é melhor devolver tudo à Google.


Amândio G. Martins



4 comentários:

  1. Os maiores inimigos de Portugal, são os portugueses. A nossa pior característica é a inveja. Desde tempos imemoriais.

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  2. Os maiores inimigos de Portugal, são os portugueses. A nossa pior característica é a inveja. Desde tempos imemoriais.

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  3. Concordo com o que diz o Valdigem; há, sobretudo muita mesquinhês e falta de sentido das proporções...

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  4. Andei por aqui mal acordado, e escrevi mal "mesquinhez"...

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