segunda-feira, 12 de março de 2018


Dinheiro de graça para todos...


Com o título “Utopia para realistas”, o holandês Rutger Bregman, apresentado como um dos  pensadores mais promissores da actualidade, propõe um rendimento básico universal para combater a pobreza. E lembro-me que Obama também tinha em mente esta ideia...

Diz este autor que há dados que demonstram que o dinheiro sem custos resulta, e combate a ideia dos “pobres preguiçosos”, que é argumento muito usado pelos que vivem de barriga cheia, cuja persistência levou cientistas a investigar, concluindo que quando os pobres recebem dinheiro sem condições, tendem a trabalhar com mais afinco, dinamizando as economias e multiplicando os que lhes é facilitado.

“De que serve enviar para países subdesenvolvidos montes de gente com brutos salários, pretensamente para ajudar aqueles povos, quando podemos, simplesmente, dar os seus salários aos pobres e possibitando que sejam eles  a desenvolver-se, sem paternalismos -  questiona Bregman.

As utopias, à semelhança do humor e da sátira, abrem as janelas da mente; sem utopia só resta a tecnocracia. É altura de regressarmos ao pensamento utópico; o que separa hoje a esquerda da direita é um ou dois pontos percentuais no imposto de renda; precisamos de uma nova estrela que nos guie”.


Amândio G. Martins

3 comentários:

  1. Somente a título de mais um registo, o que também cabe neste blogue, aqui venho. Essa ideia do Rendimento Básico Universal tem aparecido muito nos últimos tempos. Curiosamente faz parte do programa eleitoral do Partido dos Animais e Natureza (PAN) o qual também fala da noção de desenvolvimento e não da de crescimento. Este último sim, utópico, pois não se cresce indefinidamente num mundo finito, como se está a ver. "Utopias realistas" não existem por definição,somente como figura de retórica,mas que a ideia poderá ser interessante, lá isso sim.

    ResponderEliminar
  2. Sem entrar em questões de justiça social, de políticas de repartição de rendimentos e quejandas, não me parece que o Rendimento Básico Universal seja uma utopia. A médio prazo, que se revela cada vez mais curto, e atendendo à contínua aceleração na velocidade do desenvolvimento tecnológico, será, parece-me, uma inevitabilidade. Bom ou mau? Confesso que não sei, mas, por razões meramente aritméticas, o mundo aproxima-se vertiginosamente do ponto em que, muito simplesmente, apenas uma pequeníssima parte da população será necessária para produzir todos os bens e serviços de que a Humanidade precisa. Os “outros” não terão ocupação. Que se fará? Alimentá-los ou… matá-los.

    ResponderEliminar
  3. Também a mim me parece que a coisa só terá sucesso se for validada do ponto de vista da Economia, porque como justiça social, temos conversado, tantas e tão fortes iriam ser as oposições...

    ResponderEliminar

Caro(a) leitor(a), o seu comentário é sempre muito bem-vindo, desde que o faça sem recorrer a insultos e/ou a ameaças. Não diga aos outros o que não gostaria que lhe dissessem. Faça comentários construtivos e merecedores de publicação. E não se esconda atrás do anonimato. Obrigado.

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.